Cinquenta mil descargas elétricas em Portugal nas últimas 24 horas

Rede de Descargas Atmosféricas
Cinquenta mil descargas elétricas em portugal nas últimas 24 horas
Foto: Manuel Ferreira Fotografia / Facebook

O mau tempo que se tem formado nas últimas 24 horas em território português e espanhol tem provocado trovoada intensa em todo o país, de acordo com a rede de descargas atmosféricas do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), consultada esta manhã por O MINHO.

Pelas 08:00 horas desta manhã, quando consultado pelo nosso jornal, o mapa de rede apontava cerca de 50 mil descargas elétricas em todo o território nacional nas últimas 24 horas, grande maioria desde as 22:00 horas da última noite.

Cada descarga corresponde a um raio de trovoada. Ao trovão chama-se o som da trovoada e ao relâmpago a luz. Nem todas as descargas caem no solo, algumas ocorrem apenas entre nuvens.

Segundo o mapa, há registo de 7.314 descargas elétricas positivas (as mais intensas) e 42.538 descargas elétricas negativas, contemplando não só o território continental mas também a atividade que acontece junto à costa e é audível e visível a partir de terra.

Na região Norte existiu maior atividade entre as 02:00 e as 05:00 horas deste sábado.

A trovoada não passou despercebida a muitos que aproveitaram o momento para registar os relâmpagos em Caminha e em Barcelos, como noticiou ontem O MINHO.

De acordo com os modelos de previsão meteorológica, é esperado que a trovoada continue durante este sábado, podendo inclusive ocorrer fenómenos de “rajada convectiva”, com aguaceiros intensos e vento forte localizado em sentido vertical.

Para este sábado, podemos esperar máximas de 24ºC em  Braga e de 20ºC em Viana do Castelo, com a mínima a variar entre os 14ºC e os 16ºC.

Em termos de alertas meteorológicos, encontram-se em vigor os avisos amarelos para  Braga e Viana do Castelo até às 21:00 horas deste sábado, por causa da chuva, que será forte, de granizo e acompanhada de rajadas de vento conectivas, e da trovoada, que será frequente e dispersa.

Nuvens cumuliforme

Segundo o IPMA, “a trovoada está geralmente associada a nuvens do tipo cumuliforme, nomeadamente cumulonimbus, isolados ou organizados em sistemas convectivos de meso-escala, podendo dar origem” a descargas elétricas, “precipitação intensa, rajadas de vento forte e granizo”.

“Este fenómeno resulta da separação de cargas elétricas dentro de uma nuvem, devido ao choque entre partículas, distribuindo-se dentro da nuvem conforme o tamanho e tipo das partículas e as correntes de ar, ascendentes ou descendentes, dominantes”, acrescenta o IPMA.

Um raio pode chegar aos 20 quilómetros de comprimento e 40 mil quilómetros por segundo, atingindo corrente elétrica superior a 100Kamp.

Parte dos raios chegam à terra, na sua grande maioria, com polaridade negativa, mas os mais comuns são entre as nuvens. Os raios com polaridade positiva, por sua vez, costumam estar associados a uma maior descarga de energia, provocando os trovões mais audíveis.

Rede de descargas nacional

A Rede de Descargas Elétricas Atmosféricas do IPMA possui cinco detetores em Portugal continental, um deles localizado junto ao aeródromo de  Braga, funciona desde junho de 2002, deteta e localiza “descargas elétricas atmosféricas (raios) no território continental e áreas oceânicas adjacentes”.

 
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