O Exército confirmou hoje ter recebido um pedido de detenção de militares no âmbito da investigação à morte do limiano Dylan da Silva e outro militar do curso Comandos na região de Alcochete, distrito de Setúbal.
“Confirmamos a receção da solicitação para a detenção dos militares pela Polícia Judiciária Militar”, confirmou o porta-voz do exército, Vicente Pereira, na sequência das notícias avançadas pela imprensa de que foram detidos sete militares.
De acordo com o Correio da Manhã, os detidos são um tenente-coronel, um capitão, três tenentes e dois sargentos, que eram, respetivamente, o diretor da prova, o médico de serviço e os cinco instrutores do curso de Comandos responsáveis pelos exercícios que levaram à morte dos militares, a 04 de setembro.
O jornal indica que os cinco oficiais e dois sargentos respondem por vários crimes de abuso de autoridade e por ofensas à integridade física, arriscando penas até aos 16 anos.
“Os sete estão a ser detidos na Amadora e serão levados para o presídio militar de Tomar. Só amanhã deverão ser presentes ao juiz, em Lisboa”, é ainda referido.
Dois militares morreram na sequência do treino do 127.º Curso de Comandos na região de Alcochete, no distrito de Setúbal, que decorreu no dia 04 de setembro, e vários outros receberam assistência hospitalar.
Ministro da Defesa reforça empenho político para que investigação apure factos
O ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, reforçou hoje o empenho político em que a investigação criminal à morte de dois instruendos do 127.º curso de Comandos “aclare os factos”, afirmando-se convicto de que “será exemplar”.
Em declarações aos jornalistas em São Tomé e Príncipe, onde termina hoje uma visita oficial, Azeredo Lopes destacou o “empenho político” em que “estes factos fossem devidamente aclarados e avaliados por quem de direito, neste caso no quadro da investigação criminal”.
E, acrescentou, “também queria deixar claro que não estou a presumir rigorosamente nada”.
“A questão está transferida para a esfera do poder judicial, para a investigação criminal. Tenho a certeza de que será exemplar”, disse.
O ministro recusou pronunciar-se sobre o conteúdo do comunicado da PGR, que refere que os sete militares são suspeitos da prática de crimes de abuso de autoridade e crimes de omissão de auxílio.
“Num caso desta natureza com o impacto que teve a perda de duas vidas e o perigo para outras é muito importante que se saiba como aconteceu, o que aconteceu e, se for caso disso, quem deve ser responsabilizado”, disse.
José Azeredo Lopes elogiou ainda a “competência” da Polícia Judiciária Militar e a atuação “exemplar” do Exército neste processo.
Sobre esta investigação, o ministro da Defesa afirmou que espera que esteja concluída em breve e que “se for caso disso” proponha as “alterações pertinentes para melhorar”.
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