Cinco mil alunos das escolas de Viana do Castelo estão inscritos nas sessões da 22.ª edição dos Encontros de Cinema de Viana do Castelo, hoje apresentada e que vai decorrer entre 02 e 13 de maio.
Em conferência da imprensa, no salão nobre da Câmara de Viana do Castelo, Rui Ramos, da associação Ao Norte, responsável pela organização dos encontros de cinema, destacou a “participação massiva” de alunos das escolas do concelho, a que se juntam alunos “de escolas de todo o país e de Espanha”.
Segundo Rui Ramos, aos cinco mil alunos inscritos nas sessões de cinema que vão decorrer no teatro municipal Sá de Miranda, juntam-se ainda os que vão participar em outras atividades preparadas para os 12 dias de programação dedicada ao cinema.
“Vai ser uma edição das mais concorridas em termos de público escolar, de todos os graus de ensino, desde o pré-escolar ao ensino superior”, reforçou.
Segundo Rui Ramos, a “forte” participação fica a dever-se à “ânsia de regressar às salas de cinema”, depois de dois anos em que os encontros decorreram em “formato híbrido, presencial e digital”, devido à pandemia de covid-19.
“Este ano, os encontros regressam em força, normalizando também o seu calendário, uma vez que desde a primeira edição, sempre decorreram em maio”, disse, referindo-se à alteração da data, em 2021, devido à pandemia causada pelo vírus SARS-CoV-2.
“Os encontros acabam por ser uma montra do trabalho desenvolvido com as escolas”, disse.
O vereador com as áreas da Educação e Cultura, na Câmara de Viana do Castelo, Manuel Vitorino, reforçou que “o trabalho com as escolas não se esgota nos Encontros de Cinema, mas conflui” para o evento que o município financia.
Manuel Vitorino lembrou que a Ao Norte tem trabalho com algumas escolas no contexto do Plano Nacional do Cinema.
“Desta forma estão a contribuir para a formação de públicos […], trabalhando literacias, nomeadamente, dos media e do cinema que são fundamentais para compreensão da realidade e para a formação de cidadão esclarecidos”, destacou.
Segundo Manuel Vitorino, a autarquia “retomou” o valor anual, de 60 mil euros, do apoio atribuído à Ao Norte para a realização da sua atividade, que inclui a realização dos Encontros de Cinema.
Filmes, profissionais e produzidos por estudantes de todas as idades, conferências, debates e ‘masterclasses’, ‘workshops’ e exposições integram a programação da 22.ª edição.
A secção Olhares Frontais, que dedica especial atenção à importância do som no cinema, a sessão competitiva PrimeirOlhar, dirigida a alunos de escolas de cinema, de audiovisuais ou comunicação, e por participantes em cursos de documentarismo promovidos por outras entidades de Portugal, da Galiza, do Brasil e dos outros países de língua portuguesa, integram o programa.
Este ano, estão selecionadas 23 curtas-metragens para a competição.
Serão também apresentados filmes de escolas internacionais convidadas, como é o caso da Escuela de Cine y Audiovisual de la Comunidad de Madrid e uma coleção de curtas-metragens europeias, selecionadas por vários festivais de cinema, numa relação direta com a EFA – European Film Academy.
Rui Ramos destacou ainda a iniciativa “O Filme da Minha Vida”, com a apresentação do 25.º livro de banda desenhada da coleção, por António Jorge Gonçalves, a partir do filme “A Viagem de Chihiro”, de Hayao Miyazaki.
O responsável realçou a sessão de cinema inclusivo, com o filme “Surdina”, do realizador Rodrigo Areias. Trata-se de “uma versão com legendas para pessoas com deficiência auditiva e áudiodescrição para pessoas cegas ou com deficiência visual”.
A “adaptação do filme ‘Surdina’ foi realizada pela investigadora Josélia Neves, especialista em legendagem, legendagem para surdos, áudiodescrição, transcrição áudio-tátil e comunicação multissensorial, em parceria com o realizador e produtor do filme Rodrigo Areias”, sendo que ambos estarão presentes na sessão.