Um reconhecido grupo de skaters aceitou um desafio, possivelmente um dos maiores das suas vidas, que vai terminar em Braga. Laurence Aragão, Keanu Schwedt, Pedro Roseiro, Gonçalo Vilardebo e Alex Furtado, cinco apaixonados pelo desporto, vão fazer o percurso do Porto até a capital do Minho em cima de uma tábua de skate entre os dias 30 e 31 deste mês. Tudo será documentado em live streaming (transmissão em direto) para as redes sociais.
A partida da tour tem início numa loja de equipamentos eletrónicos no Chiado (Lisboa), a GMS, que vai abrir uma Apple Premium Reseller no Braga Parque, e segue para a Estação de Santa Apolónia para apanharem o comboio, um dia antes, que os ajudará no trajeto até ao Norte. Retomando a rota na Estação da Campanhã, e ao longo de quatro dias, o grupo de skaters vai rolando e contornando espaços emblemáticos pela zona nortenha em direção a Braga. O trajeto passa também pela Trofa e por Famalicão.
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Uma vez na cidade bracarense, estes aventureiros irão do Picoto à Sé de Braga, não deixando de passar pelas lojas de rua mais tradicionais e pelo Skate Park de Braga para terminar precisamente na loja do mesmo revendedor de tecnologia no Braga Parque, 96 horas depois. A tour inédita em Portugal insere-se nas celebrações da reinauguração da loja e culmina num grande espetáculo do grupo de skaters numa half-pipe de oito metros montada para o efeito que será erguida dentro do centro comercial, junto à montra da superfície comercial.
“Começamos por um desafio da GMS e da Apple de fazer uma demonstração de skate na abertura da loja do Braga Parque, e depois foi pensado em criar um momento mais icónico. O skate está em crescimento, é desporto olímpico, e nasceu a ideia. Pensamos onde seria a loja mais perto e em fazer uma peregrinação entre as lojas do Porto e de Braga, e foi lançado o desafio”, disse Laurence Aragão, um dos skaters, a O MINHO.
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Uma das inspirações para o desafio foi uma “volta ao mundo” feita pelo brasileiro Marcelo Gervasio Silva, que foi da Nova Zelândia até ao Estoril de skate.
“Isto colocou o skate noutro patamar. O único outro meio de transporte além do skate que ele utilizou foi o avião para ultrapassar oceano e países de guerra, foi inspirador, e um dos motivos que nos fez pensar no desafio”.
O trajeto entre Porto e Braga, em estradas nacionais, tem cerca de 50 quilómetros. No entanto, o percurso ainda está a ser acertado, pois os principais desafios de uma viagem deste tipo estão a ser analisados.
“Acima de tudo o cansaço por andar de skate por tantas horas, e também o piso, usar uma estrada nacional que passam muitos carros, e pode haver qualquer inconveniente, como estragar uma peça de skate, pisos pouco fiáveis, que terá que ir a pé, troços mais íngremes… Mas o intuito é passar pela Trofa, Famalicão, conhecer um pouco destes concelhos e andar de skate”, afirma Laurence.
Os riders vão estar munidos de aparelhos eletrónicos com ligação à Internet, que medindo a sua performance física enquanto emitem resultados para os ecrãs que vão estar em destaque no Braga Parque. Os mesmos conteúdos, bem como os live streamings, vão ser publicados nas redes sociais dos skaters, da GMS e dos Media Partners.
Os desportistas vão ser acompanhados por uma equipa de realização de vídeo, um massagista, um driver e um editor.
Desporto em crescimento
O skate será elevado a desporto Olímpico em 2020 onde Portugal será representado com uma seleção nacional. Trata-se do desporto com maior taxa de crescimento a seguir ao surf no país. O desafio dos cinco skaters é também uma forma de divulgar o desporto no país.
“Isso é um trabalho que estamos a desenvolver, o skate é visto com uma dinâmica mais marginal, até pelo meio que vivemos. Com a entrada nos Jogos Olímpicos, dá uma imagem completamente diferente e temos que olhar pelo lado positivo, pode trazer muito mais jovens, e também muitos atletas querem se profissionalizar e podem ter mais condições”, disse Laurence.
“O skate é muito mais que o desporto, tem a expressão artística, o meio de transporte, estes pontos são importantíssimos naquilo que é o skate, um agregador a nível social, no skate não existem diferenças de idade, sexo, religiões, orientações sexuais, tudo é indiferente, e o skate é a ligação, é abrangente. O skate é diversão, se não estivermos a nos divertir, não está certo”.
Os skaters
Nascido em Londres, Laurence Aragão tem 27 anos e, ao lado do irmão gémeo, foi responsável pela inauguração do Parque das Gerações, um espaço com 7.000 metros quadrados de referência para a prática do skate em São João do Estoril, feito através do Orçamento Participativo e com um custo de 300 mil euros. No local também existe uma skate school, que começou a ser patrocinada pela Moche do grupo PT, denominando-se atualmente “Moche Skate Academy”, uma loja e outros projetos.
Laurence resolveu viver para o skate ao lado do irmão, Bernard, que vai conduzir o “carro vassoura” na peregrinação.
Conhecido por ser um dos skaters portugueses “mais estilosos”, Alex Furtado, de 19 anos, vive também em São João do Estoril, é estudante de arte e cresceu muito com o Parque das Gerações desde a sua inauguração.
Pedro Roseiro, praticamente uma década mais velho que Alex Furtado, é capaz de voar num half pipe de cinco metros, descer corrimões de 18 degraus, saltar 15 degraus, skatar os spots mais perigosos e supostamente impossíveis à prática. Nascido em Cascais, vive também em São João Estoril e é visto como o skater mais completo que Portugal já teve. O atleta tem 20 anos de prática na modalidade e já ganhou inúmeras competições no estrangeiro.
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Gonçalo Vilardebó também faz parte do projeto Parque das Gerações. Cresceu em Oeiras e é um skater “técnico”. Este ano lançou uma videoparte com manobras filmadas principalmente em Portugal e na Califórnia, nos Estados Unidos.
Nascido na Alemanha, Keanu Schwedt foi para Portugal recém-nascido com o pai alemão e a mãe grega. É uma jovem promessa do skate nacional e começou a praticar na Moche Skate Academy e é visto como um dos principais “frutos” da escola.