Nuno Castro e António Onofre, docentes do Departamento de Física da Escola de Ciências da UMinho (ECUM), estão entre os 13 mil cientistas de todo o mundo distinguidos com o Prémio Breakthrough 2025 em Física Fundamental.
O anúncio foi feito esta terça-feira pelo Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP). O prémio foi atribuído à colaboração ATLAS, uma das principais experiências do CERN, no maior acelerador de partículas do mundo — o Grande Colisor de Hadrões (LHC).
Nos últimos anos, foram vários os investigadores da ECUM que participaram na colaboração ATLAS, nomeadamente através do desenvolvimento de teses de doutoramento no LIP-Minho. Atualmente, encontra-se em elaboração uma tese da aluna Maura Barros, que, uma vez concluída, se juntará às dos investigadores Juan Pedro Araque, Emanuel Gouveia, Ana Peixoto e Tiago Vale, já concluídas em anos passados. Também estes investigadores estão entre os distinguidos pelo prémio agora anunciado.
O prémio, no valor de três milhões de dólares, será partilhado com as colaborações ALICE, CMS e LHCb. Distingue os avanços pioneiros na exploração das colisões de alta energia no LHC, nomeadamente as medições precisas das propriedades do bosão de Higgs e o estudo do mecanismo de Brout-Englert-Higgs, que explica como as partículas fundamentais adquirem massa. Refere ainda o contributo para a descoberta de novas partículas que interagem através de força forte, o estudo de processos raros e da assimetria entre matéria e antimatéria, bem como a exploração da Natureza nas escalas mais pequenas e nas condições mais extremas.
Nuno Castro refere que “este prestigioso prémio é o reconhecimento do esforço coletivo de milhares de cientistas de todo o mundo que, contruindo e operando as experiências do LHC do CERN, permitem fazer avançar o conhecimento humano sobre os constituintes da matéria e as suas interações”.
“A enorme quantidade de dados que esperamos obter nos próximos anos permitir-nos-á avançar nesta aventura ainda mais. Quem sabe que segredos da Natureza iremos ainda descobrir?”, acrescenta, citado em comunicado da academia minhota.
O valor monetário do prémio será doado à CERN & Society Foundation, com o objetivo de financiar bolsas de doutoramento, que irão permitir estadias alargadas de estudantes no CERN.
A investigadora Ana Peixoto, alumni do Departamento de Física da Escola de Ciências da Universidade do Minho, beneficiou em 2019, sendo estudante de Doutoramento do programa MAP-Fis, de uma destas bolsas.