Cidadãos protestaram em frente à Câmara de Vila Verde (e até um caixão levaram)

Contra a construção de um parque industrial

Cidadãos da freguesia de Atiães, no concelho de Vila Verde, manifestaram-se hoje à noite em frente à Câmara Municipal contra a construção de um eventual parque industrial, mas a autarquia nega essa intenção.

O protesto, liderado pelo presidente da junta, o advogado Samuel Estrada, arrancou às 20:30, e foi desde o tribunal até ao edifico da Câmara, onde decorre a Assembleia Municipal.

“Desde que um grupo de cidadãos eleitores mostrou que também são força política, ganhando as últimas eleições autárquicas a nível de freguesia, são confrontados pela inação e indolência do município, através da falta de clareza e transparência nas informações prestadas acerca de projetos industriais, da falta de apoio material e financeiro à freguesia de Atiães, que constituíram motivo suficiente para erguer todo um povo”, referiu Samuel Estrada, em comunicado.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
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Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
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Samuel Estrada. Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Os promotores da iniciativa defendem que “o povo quer ser sabedor em tudo o que envolva decisões e ações sobre a freguesia de Atiães”.

A Câmara de Vila Verde já tinha referido, em declarações a O MINHO, que “não está a construir, nem a promover, nem a prever a construção de parque industrial em Atiães”, acrescentando que o que está em causa “é a classificação de terrenos cuja tipologia de uso já se encontrava como áreas de atividade económica”.

“No que toca aos terrenos em causa na freguesia de Atiães, face à existência de Pedidos de Informação Prévia (PIP) dos proprietários para construção/investimentos empresariais, o município não tem fundamento legal para impedir um direito privado adquirido quanto à utilização do solo nesses terrenos abrangidos pelo PIP aprovado”, explica a autarquia.

Quanto ao impacto da potencial instalação de indústrias ou de outro tipo de investimentos para atividades económicas, a câmara indica que a classificação efetuada em sede de revisão de Plano Diretor Municipal (PDM), em 2014, “havia já conduzido o executivo municipal a reconhecer a necessidade de implementação de acessibilidades adequadas”.

“É nesse enquadramento que o município prevê acessibilidades adequadas com ligação da futura variante de Oleiros até à área de terrenos classificados no PDM como urbanizáveis para atividade económica em Atiães, e, criando assim, acesso específico e adequado ao tipo de tráfego que possa resultar, caso se confirmem os investimentos previstos para aquela zona”, salienta a autarquia.

O município acusa ainda os promotores da manifestação de “campanha de desinformação e disseminação de informações erradas”, num processo que tem, diz, “a participação direta do presidente da Junta de Freguesia, apesar das reuniões de esclarecimento realizadas no município”.

O presidente da junta de Atiães refutou as acusações do município, sublinhando que “desde a primeira hora” que tem procurado junto da autarquia vila-verdense um “debate esclarecedor”, acrescentando que a presidente da câmara “se recusa a falar” com a população de Atiães.

“Fazemos perguntas concretas à senhora presidente da câmara e ela não responde. Inexplicavelmente, não assume uma disponibilidade para ceder. A população sabe o que é um parque industrial e não quer um parque industrial. A câmara tem de agir em nome da população e não contra a população”, salientou Samuel Estrada.

Samuel Estrada foi eleito em 2020 como presidente da concelhia do PS de Vila Verde, mas concorreu como independente nas eleições autárquicas de 2021 à presidência da Junta de Freguesia de Atiães, que contava à data com 478 eleitores.

 
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