Num dia em que o Minho foi assolado por chuva, vento forte, granizo e até neve, um registo a partir de Cerveira mostra que também houve tempo para a calma de um arco-íris, por entre o mau tempo.
A fotografia é da autoria de Marta Guterres, e foi registada às 17:32 a partir da Quinta da Malaposta – Boutique Hotel e Eventos, no Largo Virgínio Fiuza, em Cerveira. Ao lado, nos concelhos vizinhos de Monção e Melgaço, a neve já cobre telhados de aldeias serranas.
Neva nos concelhos ao lado
Já neva em Monção. Um vídeo registado por Carlos Costa e publicado pela página de Facebook “Montanhas do Norte”, mostra a neve a cair com alguma intensidade, já se sobrepondo à chuva e criando acumulação.
O registo é feito na Branda de Santo António de Val’ de Poldros, freguesia de Riba de Mouro, concelho de Monção, um lugar popular e conhecido por ser uma aldeia de ‘hobbits’, graças ao misticismo que adquire, sobretudo quando há nevoeiro e mesmo a neve que hoje regressa.
A Branda de Santo António de Vale de Poldros é uma das várias brandas existentes no Alto Minho e a melhor preservada. Está localizada a meio da encosta, a sensivelmente 1.200 metros de altitude, explica a Montas de Laboreiro.
E, como O MINHO já tinha noticiado, no concelho ao lado, Melgaço, também já neva. Um vídeo publicado por Adílio Pereira, que não costuma poupar nos registos preliminares quando a neve lhe bate à porta, em Castro Laboreiro, mostra a neve molhada, com flocos por entre a chuva que cai desde a madrugada em todo o território minhoto.
O IPMA prevê queda de neve nas terras altas do norte e centro, acima dos 1.400/1.600 metros, descendo a cota até aos 700/900 metros a partir da tarde.
Em Montalegre, no distrito de Vila Real, também já neva, mostra a página Meteo Trás-os-Montes e a Câmara de Montalegre. Os flocos até decidiram participar numa corrida urbana, para gáudio (ou não) dos participantes.
O que é um arco-íris?
O MINHO consultou as questões frequentes no portal do IPMA onde é descrito este fenómeno, quando os raios de luz (solar e também lunar) “sofrem refração nas gotas de chuva, sendo o ângulo de refracção uma função do comprimento de onda da luz”.
Detalha ainda o IPMA que “após a refração, uma parte dos raios de luz sofre uma ou duas reflexões na face interna das gotas, e de seguida, uma segunda refração na direção do observador”.
“Desta forma, surgem grupos de arcos concêntricos com cores que vão do roxo ao vermelho. Se ocorrer uma única reflexão na face interna das gotas surge um arco-íris primário; se ocorrer uma dupla reflexão, então surge um arco-íris secundário”, acrescenta.
Sobre as cores, o IPMA deixa ainda a seguinte explicação: “O arco-íris primário tem o roxo no interior (raio de 40°) e o vermelho no exterior (raio de 42°); o arco-íris secundário, muito menos brilhante, tem o vermelho no interior (raio de 50°) e o roxo no exterior (raio de 54°). O arco-íris branco é um arco-íris primário, sendo constituído por uma faixa branca que aparece num alvo de nevoeiro ou neblina; tem em regra a orla exterior vermelha e a interior azulada”.