A fé em São João Baptista vai levar milhares de peregrinos a subir, no dia 28, até ao mosteiro que lhe foi erguido na serra d’Arga, Caminha, para cumprir promessas numa romaria secular, o “São João d´Arga“, considerada das mais típicas em Portugal.
Isolado em plena serra d’Arga, o mosteiro data do século XII e, segundo a classificação do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR), é “um dos mais importantes testemunhos medievais da região, não obstante a sua pequenez e simplicidade”. Em 2015, foi alvo de obras de beneficiação orçadas em mais de meio milhão de euros.
A capela que integra o mosteiro terá sido construída no século XIII, pertencendo ao “românico tardio”, e é “simples e decorativamente despojada”.
Na noite da próxima segunda para terça-feira o templo irá receber, milhares de peregrinos, alguns mantêm a tradição de percorrer a pé várias dezenas de quilómetros.
A 800 metros de altitude, “os romeiros pedem a São João cura para quistos, verrugas e doenças de pele, ou mesmo para arranjarem casamento”.
Outros procuram a festa para ouvir as concertinas, o despique das bandas de música que tocam no adro com pouco mais de 1.300 metros quadrados de área, ou simplesmente para beber “chiripiti”, uma mistura de mel, produzido naquela serra, com aguardente “para espantar o frio”.
Os enchidos, e o arroz doce ajudam a matar a fome numa noite longa numa aldeia onde vivem 70 pessoas, a maioria idosos.