A candidata do Chega à presidência da Câmara de Viana do Castelo classificou hoje de “positiva” a estreia do partido nas eleições autárquicas de domingo por ter conseguido “entrar e deixar a semente” ao eleger um deputado municipal.
“Estas eleições foram positivas uma vez que um dos objetivos era entrar. Não foi para a vereação, mas aguardamos. O nosso trabalho foi bem conseguido. Fica sempre aquela sensação de que podia ser mais, mas foi o que as pessoas quiseram”, afirmou hoje à agência Lusa, Cristina Miranda.
Segundo os resultados oficiais divulgados hoje pelo Ministério da Administração Interna, depois de apurados os resultados das 27 freguesias do concelho de Viana do Castelo, o PS foi o vencedor com 45,05% dos votos (cinco mandatos), seguido do PSD/CDS-PP (três mandatos), com 24,59%, e da CDU (PCP-PEV), com 10,04% (um mandato).
O BE obteve 4,54% dos votos, o Aliança 3,84%, o Chega 3,45%, a Iniciativa Liberal 1,80% e Nós, Cidadãos! 1,01%.
A candidata do Chega adiantou que o partido “sabia que vencer a Câmara iria ser muito difícil e eleger vereadores [para o executivo municipal] também não”.
“Sempre denunciei que havia um clientelismo, um polvo, e isso foi notório. Basta ver o resultado das eleições para ver que ficou tudo na mesma. Continua o PS com uma percentagem de votos elevada o que significa que trabalhou muito bem, não para as pessoas, mas para a clientela. Vinte e oito anos a alimentar uma clientela é muita clientela (…). Isto não nos espanta. Quebrar isso sabíamos que era uma tarefa dificílima, mas conseguimos entrar para a Assembleia Municipal. Já lá temos uma voz. É uma semente e quando vierem mais eleições vamos crescer ainda mais”, referiu.
A candidata do Chega adiantou que a “luta” nas eleições autarquias “ia ser muito mais renhida” devido ao número (8) de candidaturas à autarquia da capital do Alto Minho.
“Na ala direita os votos iam dividir-se por mais partidos, mas ficamos muito felizes por ver que estivemos taco a taco com a Aliança que tinha como cabeça-de-lista um veterano, um ex-vereador do PS. Honra-me muito saber que estivemos na noite das eleições taco a taco e ele acabou, por uma ligeira vantagem, a passar à frente”, adiantou.
Cristina Miranda lamentou que os partidos que queriam “impor algo de diferente, no bom sentido, construtivo e começar a gerir a Câmara” não tenham conseguido “entrar”.
“Faz parte”, concluiu.
O PS mantém-se à frente da Câmara de Viana do Castelo, depois de ter vencido as eleições autárquicas de domingo, mas mudou de presidente devido à lei de limitação de mandatos.
O socialista José Maria Costa, com 60 anos, não pode concorrer novamente à presidência por ter atingido o limite de mandatos (três consecutivos), tendo passado o testemunho para Luís Nobre, com 50 anos, que se torna assim o novo presidente da Câmara de Viana do Castelo.