Chega diz que cartazes sobre abusos sexuais são um ataque da esquerda ao Papa

Foto: Lusa

O líder do Chega manifestou-se hoje indignado com os cartazes sobre abusos sexuais a crianças na Igreja colocados em Lisboa, Loures e Algés, considerando que se trata de uma ação da esquerda e da extrema-esquerda para “atacar” o Papa Francisco.

“Temos sido no parlamento os que mais têm lutado para que os abusos sexuais de menores sejam devidamente punidos. Agora, não é a colocar cartazes à passagem do Papa Francisco, goste-se mais ou menos, a prejudicar a imagem de Portugal e a prejudicar a nossa imagem junto do mundo, que se vai resolver este problema”, disse André Ventura.

O presidente do Chega falava à margem de uma visita à lota e ao porto de pesca do Caniçal, no concelho de Machico, zona leste da Madeira, no âmbito da sua deslocação de três dias à região, inserida na preparação para as eleições legislativas regionais de 24 de setembro.

“Lamento muito que a esquerda, que está por detrás disto, não saiba distinguir os momentos para fazer as coisas”, disse André Ventura, para logo acrescentar: “Há momentos para denunciar, há momentos que é para saber receber, e nós não podemos estar a receber o Papa e a pôr-lhe cartazes pela frente com abusos sexuais.”

O líder do Chega sublinhou que o chefe de Estado do Vaticano não é responsável por esses abusos e “tem feito o possível para que se combata o fenómeno”.

Lembrando que o seu partido sempre defendeu a investigação e a punição dos abusos sexuais a crianças, André Ventura manifestou-se, no entanto, indignado pelo que considera ser o “uso abusivo por parte da esquerda e da extrema-esquerda da visita de Sua Santidade para o enlamear e atacar”, vincando que isso “acaba por prejudicar a imagem do país”.

Os cartazes em causa, em que se lê a frase “Mais de 4.800 crianças abusadas pela Igreja católica em Portugal”, em inglês, ilustrada por 4.800 pontos que representam cada uma das vítimas, foram colocados na madrugada de quarta-feira em Lisboa, Loures e Algés, sendo que este último, no concelho de Oeiras, foi retirado por ordem do município por ser “publicidade ilegal”, uma vez que toda a publicidade ilegal no concelho é retirada, justificou a autarquia.

No decurso da visita à lota e ao porto de pesca do Caniçal, André Ventura reiterou, por outro lado, que o Chega vai exigir a apresentação de “todos contratos” celebrados no âmbito da Jornada Mundial da Juventude para serem escrutinados pelo parlamento.

“Os portugueses que estão preocupados em que isto vai passar e não vamos saber o que aconteceu desenganem-se”, disse, para logo reforçar: “Nós não vamos desistir, ao longo do próximo ano, enquanto não tivermos na posse do parlamento todos os contratos, todos os ajustes diretos que ocorreram no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, para fazer o devido escrutínio, saber se gastámos adequadamente, se gastámos a mais, se gastámos como devíamos ter gasto.”

 
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