Cerveira e Valença querem criar centro intermunicipal de proteção civil de 1,2 milhões

No aeródromo do Alto Minho-Cerval
Aerodromo Alto Minho-Cerval. Foto: DR

Vila Nova de Cerveira e Valença vão candidatar a fundos comunitários um investimento de 1,2 milhões de euros para criar um centro intermunicipal de proteção civil no local onde está instalado o aeródromo do Alto Minho-Cerval.

Em declarações hoje à agência Lusa, o presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, Fernando Nogueira, adiantou que o projeto nasce na sequência da decisão de constituição da Associação Intermunicipal do Alto Minho – Proteção Civil.

Em Vila Nova de Cerveira o processo de constituição da associação ficou concluído em fevereiro, com a aprovação em reunião camarária e em Assembleia Municipal, procedimento que, em Valença, será concretizado em abril.

Fernando Nogueira explicou que o município vizinho de Paredes de Coura “também já manifestou interesse em aderir à nova associação, sendo necessário garantir a melhoria das acessibilidades daquele concelho ao centro a construir em Cerval”.

A nova associação foi hoje apresentada ao secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, no aeródromo de Cerval, local onde ficará instalado o edifício sede e cujo projeto de arquitetura foi divulgado ao governante.

Fernando Nogueira adiantou que o projeto prevê a melhoria das condições do aeródromo e a criação de um edifício dotado de uma área de armazém e parque de viaturas, zona de apoio aos agentes da proteção civil, sede dos Gabinetes Técnicos Florestais (GTF) dos três municípios, gabinete de crise e sala de formação.

Numa outra área, “o equipamento terá corpo técnico de apoio ao aeródromo, onde será integrada a torre de controlo, sendo que a capacidade máxima de alojamento do edifício será de cerca de 50 elementos”.

Em agosto de 2018, aquando do anúncio da intenção de criar o centro intermunicipal de proteção civil, os municípios adiantaram tratar-se “da primeira estrutura do género em Portugal, aglutinando, no mesmo espaço os recursos e viaturas da proteção civil dos concelhos promotores, as equipas de Sapadores Florestais e da AFOCELCA, equipa de primeira intervenção e vigilância”.

Aquele centro resultou de “um acordo inédito, no âmbito da preservação e proteção da floresta contra incêndios que visa a partilha de meios e recursos na prevenção da floresta e na segurança das populações”.

“Enquanto instrumento de cooperação, o centro de Cerval pode ainda estabelecer parcerias de colaboração com outros agentes de proteção civil no âmbito do Dispositivo de Combate a Incêndios Florestais e demais matérias da competência da Proteção Civil”, sustentaram, na altura, as duas autarquias do distrito de Viana do Castelo.

Em 2017, as autarquias de Vila Nova de Cerveira e Valença realizaram obras de requalificação do aeródromo, dotando a infraestrutura “de melhores condições de segurança e de acesso, dado o seu papel estratégico ao nível económico, pela proximidade às zonas industriais, e turístico pela forte ligação à vizinha Galiza”.

O aeródromo do Alto Minho-Cerval tem certificação para aviação de ultraleves, emitida pelo Instituto Nacional de Aviação Civil (INAC), em 2009, e é gerido pelo Aeroclube de Cerval, associação formada por pilotos, portugueses e espanhóis, criada em 1992.

Inicialmente contava com seis aviões, mas hoje já são mais de 60 as aeronaves ali estacionadas nos hangares, que têm uma área de cinco mil metros quadrados.

O aeródromo conta, nas suas estatísticas, com mais de 30 mil horas de voo, “o que daria para dar mais de 130 voltas ao planeta Terra”.

 
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