As câmaras de Vila Nova de Cerveira e de Tomiño, na Galiza, anunciaram esta quinta-feira a intenção de criar uma rede de transportes transfronteiriça, para fomentar a partilha de equipamentos públicos dos dois lados do rio Minho.
O projeto comum, a ser elaborado pelos dois municípios vizinhos, com base “em todos os requisitos legais próprios de uma zona de fronteira”, vai servir, numa primeira fase, a partilha da piscina municipal de Vila Nova de Cerveira que reabriu a semana passada, totalmente reabilitada, num investimento de dois milhões de euros.
O objetivo de criação daquele circuito transfronteiriço foi defendido, pelos dois autarcas, em conferência de imprensa realizada naquela localidade galega para divulgação da reabertura da piscina de Vila Nova de Cerveira.
“Os dois autarcas foram unânimes ao defender uma política de oposição à duplicação de equipamentos. A alcadesa de Tomiño, Sandra Gonzalez, realçou que a piscina de Vila Nova de Cerveira tem uma vocação claramente transfronteiriça, e foi perentória ao afirmar que seria um erro dispor de um complexo idêntico em Tomiño, que não só implicaria custos excessivos para o concelho, como arruinaria a piscina de Cerveira”, informou a Câmara de Vila Nova de Cerveira.
O presidente desta autarquia, Fernando Nogueira, disse que “a partilha de equipamentos públicos é um dos grandes desígnios da cooperação transfronteiriça e, neste capítulo, os dois municípios têm muito trabalho realizado, e outro a fazer, de forma a tornar esta relação mais eficaz e profícua no futuro”.
O autarca sublinhou que a piscina “não é um caso isolado, lembrando outros espaços com a mesma dinâmica, nomeadamente a escola de música de Tomiño para frequência de alunos de Vila Nova de Cerveira, ou a complementaridade proporcionada pelo Parque Castelinho-Fortaleza”.
A partilha de equipamentos públicos está prevista na “Carta da Amizade”, assinada pelas duas autarquias em junho de 2014, com o objetivo de “preparar um futuro em comum através da concretização de projetos que proporcionem uma maior cooperação cultural, desportiva, urbanístico-ambiental entre os dois concelhos vizinhos”.
Quando fechou portas para obras, há mais de um ano, a piscina de Vila Nova de Cerveira tinha mais de 1.600 utentes, dos quais “mais de metade” galegos.
Após a reabertura, na semana passada, os técnicos daquele complexo “já validaram cerca de 1000 inscrições, sendo que a previsão “é a de atingir os 2000 utilizadores a curto prazo”, através de uma estratégia de “promoção conjunta” que está a ser desenvolvida pelas duas autarquias, sendo que os utilizadores de Tomiño podem inscrever-se na piscina portuguesa, nos serviços da câmara galega.