O presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira classificou hoje de “paliativo” para “minimizar o calvário da Estrada Nacional (EN) 13” os descontos nas portagens de sete autoestradas, incluindo a A28, anunciados pelo Governo para os utilizadores frequentes.
A posição do autarca Fernando Nogueira foi apresentada hoje ao executivo municipal, em reunião camarária, tendo sido aprovada por unanimidade. Na próxima semana será enviada para o Ministério da Coesão Territorial.
“Apesar de ser um sinal positivo de alívio para as finanças pessoais de quem utiliza aquela via, a medida fica aquém das necessidades e expectativas das populações do Alto Minho, território considerado de baixa densidade”, referiu o presidente daquela autarquia do distrito de Viana do Castelo citado num comunicado enviado à imprensa
A nota, com a posição de Fernando Nogueira sobre o anúncio feito da ministra da Coesão Territorial, na quarta-feira, em Macedo de Cavaleiros, aponta ainda “o exemplo da autoestrada A3, nomeadamente o troço entre Valença, Ponte de Lima e Braga, que ao que parece, não foi contemplada neste pacote de reduções”.
“É premente a reavaliação desta decisão”, reclama o autarca, indicando “outro problema gritante que se arrasta há quase uma década”.
“Na qualidade de presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira tenho vindo a alertar e reivindicar junto do Governo a necessidade do prolongamento da A28 para norte”.
“Em 2018, aquando da apresentação da segunda fase da empreitada de modernização do troço entre Viana do Castelo e Valença da Linha do Minho, tive a oportunidade de manifestar esta preocupação ao então senhor ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, solicitando que este tema fosse recolocado na agenda política e nos orçamentos nacionais, lembrando que a A28 termina no meio do nada e que já se perderam oportunidades de resolução no tempo de maior desafogo financeiro”, refere Fernando Nogueira.
Segundo o autarca, “a continuidade da A28 para norte de Vila Nova de Cerveira permitiria aliviar o tráfego, especialmente de veículos pesados de mercadorias que transitam na EN13, muitos dos quais com matérias potencialmente perigosas para as pessoas e para o ambiente, revelando-se um grande constrangimento para as freguesias do concelho circundadas por esta via”.
“Em determinados períodos do dia e, em particular, na época de verão, é um autêntico calvário atravessar a EN13 entre Valença e o acesso da A28 em Gondarém, pois há todo um volume de tráfego que vem desde os municípios de Melgaço, Monção e Valença, além de Espanha, através da fronteira entre Valença e Tui, na Galiza”, sustenta.
Fernando Nogueira recordou que “em 2010/2011, a EN13 foi alvo de uma beneficiação paliativa” e que “volvidos dez anos de enorme tráfego de viaturas ligeiras e, especialmente, pesadas, já é visível a degradação”.
“A curto prazo será uma autêntica picada africana. Urge uma intervenção rápida e profunda, mas que só por si não chegará para colmatar todos estes constrangimentos de tráfego. Além do poder local, o Governo também tem de contribuir para dar melhores condições a quem trabalha, a quem produz e a quem cria rendimento para a economia e para o país”, afirma Fernando Nogueira.
O autarca refere que “o município de Vila Nova de Cerveira é uma das âncoras da indústria da região Norte, com empresas sedeadas nos seus polos industriais a colocar o concelho no topo dos mais produtivos e geradores de riqueza entre os 86 municípios do Norte”, apontando ainda “o turismo como um setor em crescente desenvolvimento e que precisa de ser consolidado com as necessárias infraestruturas”.