A campanha de cereais de outono/inverno 2023/24 apresentou uma “boa produtividade, mas com margens reduzidas”, enquanto a de primavera/verão registou a menor produção da última década, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo as “Estatística Agrícolas 2024” do INE, nas culturas cerealíferas de outono/inverno registaram-se aumentos de produtividade “graças à humidade do solo e ao regular desenvolvimento vegetativo, embora os preços baixos e os custos elevados tenham reduzido a margem líquida dos produtores”.
Já nos cereais de primavera/verão, nomeadamente no milho para grão, o cenário foi mais negativo: quebras de produtividade, redução de área (-13,6%) e a menor produção da última década.
A produção de hortícolas e batata registou aumentos de 3,1% e 10%, respetivamente, “apesar de desafios como atrasos na plantação”, enquanto a cultura do tomate para indústria apresentou um aumento de área, mas uma quebra na produtividade.
Na fruticultura, o INE aponta “resultados díspares”: a maçã (+7,2%) e a laranja (+26,9%) recuperaram de más campanhas, enquanto a pera e o kiwi foram penalizados por doenças, baixa frutificação e alterações climáticas e a cereja sofreu uma “nova quebra acentuada” (-35,5%).
Nas culturas permanentes, o azeite destacou-se com a segunda maior produção de sempre e a amêndoa atingiu um recorde, consolidando Portugal como o segundo maior produtor da União Europeia (UE).
Em contrapartida, a castanha “manteve-se abaixo do potencial, apesar da qualidade elevada”, e a vindima foi prejudicada por “forte pressão de doenças e fenómenos climáticos adversos”, registando uma quebra de 8,1% na produção.