A inauguração, este sábado, da Ponte da Aliança, ligando as freguesias de Santo Adrião e Tagilde, em Vizela, põe fim a um velho problema de ligação entre o leste e o oeste do concelho, separados pelo rio Vizela. Em cima do tabuleiro da Ponte foi servida uma feijoada para 500 pessoas, vindas das várias freguesias do concelho.
A ministra da Coesão Territorial e o presidente da Câmara de Vizela inauguraram formalmente uma ligação que já estava a servir a população há mais de um mês e que não terá sido estranha à votação recorde (74%) que Victor Hugo Salgado obteve nas últimas eleições autárquicas.
De facto, a ponte tratava-se de uma proposta de campanha do presidente, agora reeleito, na campanha para as eleições autárquicas de 2017. “Uma proposta em que ninguém acreditava”, diz Victor Hugo Salgado.
A Ponte da Aliança vem substituir a Ponte Nova – nome da antiga ligação entre as duas margens do Vizela, cuja referência mais antiga recua a 1735 –, onde não se podiam cruzar dois carros ligeiros e por onde o trânsito de veículos pesados era impossível.
Além dos prejuízos económicos de quem era obrigado a ir de volta, pelo centro de Vizela ou por Felgueiras, todos os dias havia conflitos entre os que queriam atravessar a antiga ponte, na pressa do dia a dia e não tinham paciência para ceder passagem. Augusto Fernandes, morador em Tagilde, teve um café do outro lado do rio, em Santa Eulália, e separou muitas pessoas envolvidas em conflitos na passagem do rio. “Assisti a várias pessoas a andar à porrada e foi uma sorte nunca ter morrido ali ninguém”, confessa, aliviado a O MINHO.
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, sublinha a capacidade que Vizela tem de fazer obra. “Vizela foi o concelho que mais obra fez em menos tempo”, afirma a ministra. Ana Abrunhosa, apesar da situação política atual que coloca o Governo num cenário de incerteza, face às eleições marcadas para o final de janeiro, comprometeu-se “a trabalhar até ao último dia.” Em causa está o financiamento da obra da Ponte da Aliança que, até ao presente, foi garantido apenas com recurso aos meios próprios da autarquia vizelense.
A Ponte da Aliança ficará ligada ao primeiro mandato de Victor Hugo Salgado à frente da Câmara de Vizela, contudo, o presidente da Assembleia Municipal, Fernando Carvalho, no seu discurso, na cerimónia de inauguração, foi mais longe e sugeriu que a ponte fosse rebatizada com o nome do presidente da Câmara. Ana Abrunhosa associou-se a esta ideia do presidente da AM e reforçou o que Victor Hugo Salgado tinha dito sobre a dificuldade de fazer obras públicas. “Este projeto demorou 45 meses, 36 de gabinete e nove construção”, explicou o presidente do Município.
A Ponte da Aliança tem 60 metros de extensão, num único arco, que o arquitecto responsável afirmou que era uma forma de fazer a ligação com a antiga ponte, uns metros a montante. O tabuleiro tem 10 metros de largura e passeios para peões de 1,5 metros de ambos os lados. Além da Ponte, foi feita uma intervenção nas vias de acesso, com alargamento das vias, repavimentação e colocação de passeios, construção de muros, intervenção na iluminação pública em ambas as margens. O valor global do obra ultrapassou os dois milhões de euros que ainda aguardam financiamento comunitário.
Depois do políticos cortarem a fita e descerrarem a placa, durante a manhã, ao início da tarde, o povo tomou conta da festa. Em cima do tabuleiro da Ponte foi servida uma feijoada para 500 pessoas, vindas das várias freguesias do concelho.
“Está muito boa”, diz Carlos Soares a respeito da feijoada, mas vai adiantando “que a ponte também está uma maravilha e que já fazia falta há muitos anos”.