A Associação Teatro Construção (ATC) assinala quarta-feira com a peça “Cenas de Vinte” os 20 anos do seu Centro Cultural, em Joane, Famalicão, onde estima ter estreado mais de 3.000 espetáculos, indicou hoje o presidente.
A ATC tem 40 anos mas volvidos 20 de atividade resolveu lançar-se na construção de um Centro Cultural com auditório para mais de duas centenas de pessoas e onde, atualmente, “reside” uma Universidade Sénior com 120 alunos e funciona um ginásio frequentado por 400 pessoas.
Pelo palco do Centro Cultural da ATC, o presidente Custódio Oliveira estima que tenham passado “centenas de artistas que se apresentaram a milhares de espetadores, em mais de 3.000 espetáculos de teatro, dança, música e cinema”.
“Aquela ideia de que investir na cultura não é economia é falsa. É economia porque isto tem uma grande importância aqui no meio. Este continua a ser o único auditório de Joane e é frequentado também por crianças. Basta cruzar o portão para que as crianças da creche e jardim-de-infância daqui do lado usem o nosso palco e convivam com a cultura”, descreveu Custódio Oliveira.
O Centro Cultural do Teatro Construção foi inaugurado a 7 de dezembro de 1996 pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio.
Para assinalar esta data, quarta-feira, às 21:30, quatro atores – Hélder Melo, Jorge Costa, Romeu Pereira e Simão Barros – vão durante cerca de hora e meia de peça juntar vários espetáculos dos 40 anos do Teatro Construção.
Custódio Oliveira – que também é o encenador da peça, enquanto o desenho de luzes é de César Gonçalves – explica que foram escolhidas personagens históricas e conta que a peça termina com José Régio, lembrando um episódio que podia ter impedido a criação da ATC, mas que, volvidas quatro décadas é recordado para “provar a vitalidade” deste projeto.
“Antes do 25 de Abril, o grupo de jovens que criaram o Teatro Construção fizeram uma peça de José Régio. Houve una intervenção da Guarda. A peça estava proibida e nós não sabíamos. Sabíamos lá dessas coisas, éramos miúdos. Só fizemos um espetáculo”, contou Custódio Oliveira.
A José Régio, em “Cenas de Vinte”, juntam-se Gil Vicente, Camões, Bocage. Camilo Castelo Branco, entre outros.
Depois da estreia na quarta-feira, a ATC recolocará a peça em cena a partir de janeiro.
“[É uma] peça pensada e levada à cena para diversão das gentes. Diversão na conceção de Michele de Montaigne, ou seja, para aliviar ou afastar o sofrimento, que das mais variadas formas pesa a todos, mesmo nos momentos mais felizes. Uma peça que assume a convicção de Gil Vicente de que teatro é estar de pé onde alguns estão de gatas”, lê-se em informação remetida pela ACT.
A mesma nota realça que “20 anos depois a rentabilidade do centro cultural é prova inequívoca de que o investimento na cultura é um bom e frutuoso investimento económico”.
“Comemorar o 20.º aniversário do Centro Cultural, mais do que lembrar o passado, deve ser entendido como uma alavanca para relançar o futuro”, concluem os responsáveis.
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