Centenas de peixes mortos no rio Este em Braga. “Descarga mais nociva nos últimos 4 anos”

Poluição
Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Uma descarga poluente provocou a morte de centenas de peixes no rio Este, em Braga. A situação foi detetada na noite de quarta-feira e durante o dia de hoje as autoridades estiveram no terreno a descobrir a origem e o infrator, que é a empresa municipal AGERE. Entretanto, fonte da AGERE adiantou a O MINHO que uma das suas condutas foi tapada com entulho, provocando a descarga e a empresa vai fazer queixa ao Ministério Público. O vereador do Ambiente mostra-se “desolado” e realça que esta descarga é “mais nociva do que todas as outras nos últimos quatro anos”.

Hoje é possível observar no rio Este vários peixes mortos, bem como uma cor escura na água. O SEPNA da GNR e a PSP, bem como equipas da empresa municipal AGERE, estiveram durante a manhã no terreno a verificar condutas para descobrir a origem da descarga.

Entretanto, fonte oficial da GNR adiantou a O MINHO que foi localizado o local da descarga, recolhidos elementos probatórios e identificada a “presumível entidade” poluidora, mas sem referir o nome da referida entidade suspeita. Contudo, ao que O MINHO apurou por outras fontes, trata-se da AGERE e fonte da empresa confirmou-nos, entretanto, mas explicando que se tratou de entulho que foi colocado a tapar uma conduta que provocou a descarga. Como tal, irá fazer queixa no Ministério Público.

A GNR levantou o auto e vai comunicar os factos ao Ministério Público por “crime ambiental”.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Altino Bessa “desolado”

Altino Bessa diz que esta descarga é “muito nociva”, ao contrário de “algumas e pequenas que vão acontecendo ao longo do ano e que não têm impacto muito negativo na fauna e flora do rio”.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

“Conseguimos perceber que a fauna e flora estão a aumentar, que as descargas estão a diminuir e que as que existem não têm grande agressividade, mas esta infelizmente não é assim”, destaca o vereador do Ambiente. Considerando que esta descarga tem “um impacto muito negativo”, recorda que a última situação “similar” aconteceu “há quatro anos, curiosamente também a um mês de eleições”.

Na altura, tratou-se de uma conduta da AGERE que traz os lixiviados da Braval para tratamento em ETAR que foi entupida com sacos de areia. “O que na altura deixou muita gente perplexa, pois houve mão humana deliberada”, recorda.

Foto: Paulo Jorge Magalhães / O MINHO

Salientando que, no momento, ainda não tinha sido possível determinar a causa desta descarga, o responsável política salienta que tem “o mesmo efeito” de a de há quatro anos. “É uma descarga muito agressiva para o rio e para a sua fauna e flora”, reforça

“É a mais nociva de todas as descargas nos últimos quatro anos”, considera Altino Bessa, completando que, logo que a Câmara teve conhecimento, alertou a PSP – porque os primeiros sinais aconteceram em zona urbana – e a AGERE. Entretanto o SEPNA da GNR juntou-se à investigação e as duas forças cooperaram no sentido de descobrir a origem da descarga.
“Deixa-me desolado porque há aqui uma parte significativa do trabalho de recuperação do rio nestes quatro anos que num dia é posto em causa. Espero que se descubra a origem e se apurem os responsáveis”, conclui.

*Com Luís Moreira

Notícia atualizada às 15h56 com mais informação.

 
Total
0
Partilhas
Artigos Relacionados