Centenas de estacas que se encontravam enterradas nos últimos meses para suportar os futuros painéis solares da nova megacentral fotovoltaica de Famalicão foram derrubadas na sequência do mau tempo, redobrando os trabalhos aos operários que se encontram a construir o mesmo. Ao todo, vão ser instalados cerca de 100 mil painéis naquele terreno.
O cenário visto a partir da estrada municipal que liga a zona Oeste de Famalicão ao Porto mostra centenas de estacas derrubadas, tanto de um lado da estrada como do outro, no futuro parque que ocupa cerca de 80 hectares de terreno entre as freguesias de Outiz e Calendário.
Apesar do mau tempo, a empresa de construção continua a laborar.
Como O MINHO tem vindo a noticiar, a construção desta central fotovoltaica tem gerado polémica, depois de terem sido abatidos centenas de sobreiros num terreno que pertencia a privados – empresários da Trofa -, e que foi cedido para este efeito.
Uma pequena parcela deste terreno foi cedido à Câmara de Famalicão para ser construído um miradouro e um parque de lazer, de forma a mitigar o desaparecimento de tantas árvores e o surgimento de um megaparque de energia solar num dos pulmões do concelho.
“Nova central fotovoltaica em Famalicão cumpre todos os requisitos legais e tem todos os pareceres favoráveis exigidos”, disse em 2022 a O MINHO a Câmara de Famalicão.
Este ano, também em entrevista a O MINHO, Mário Passos reforçou a ideia da necessidade destes parques e que todos os municípios vão acabar por seguir esta ideia: “Existem diretrizes nacionais e europeias para a criação de parques fotovoltaicos que nos permitem produzir energia verde. Este é um projeto que teve parecer favorável de todas as entidades e a Câmara Municipal atuou seguindo aquilo que está determinado na legislação atualmente em vigor. Demos o nosso contributo para o desafio da descarbonização ao abrigo da legislação nacional. Aqueles que ainda não o fizeram vão ter que o fazer também”.