A Unidade Local de Saúde do Alto Ave, articulada com a Câmara de Celorico de Basto, vai duplicar a capacidade da Unidade Avançada de Reabilitação, no âmbito de um projeto alargado de requalificação do centro de saúde.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS), Pedro Cunha, pretende-se aproveitar uma área do centro de saúde daquela vila que se encontra desocupada (dois pisos) para, depois de adaptada, instalar os meios técnicos e os recursos humanos.
Essa intervenção, afirmou hoje à Lusa, permitirá reforçar a capacidade de resposta da Unidade Avançada de Reabilitação, atualmente com 19 camas, que foi inaugurada no início de dezembro pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O atual equipamento, que recebe utentes de vários pontos da região, representou um investimento de cerca de 300 mil euros por parte da Unidade Local de Saúde, alocados a equipamentos e recursos humanos. A componente das obras foi realizada pela câmara municipal, correspondendo a um investimento de 300 mil euros.
A unidade inaugurada está vocacionada para a reabilitação precoce e intensiva dos doentes pós-AVC e pós-cirurgia ortopédica, contando com profissionais nas áreas da reabilitação, fisioterapia, terapia ocupacional e terapia da fala, entre outras.
Assinalando a “excelente cooperação” da autarquia local neste processo, Pedro Cunha destacou a importância desta unidade, em duas dimensões: a primeira por garantir serviços de proximidade aos doentes, evitando deslocações à sede da ULS, em Guimarães, mas também por permitir uma gestão mais fluida da capacidade instalada de camas no hospital de referência, em Guimarães.
O projeto de alargamento da Unidade Avançada de Reabilitação, que aponta para mais 20 camas, incluirá um ginásio e outras valências de fisioterapia. O dossiê está a ser trabalhado conjuntamente com a Câmara de Celorico de Basto e, como na primeira fase, a ULS assumirá o equipamento e os recursos humanos e a autarquia o investimento nas obras, que deverão arrancar em 2025.
Crê-se que o seu custo, que está ainda a ser estimado em sede de projetos, seja mais volumoso do que o realizado na primeira fase, disse hoje à Lusa o presidente da câmara, José Peixoto Lima.
O autarca assinalou, porém, que a intervenção no centro de saúde será ainda mais ambiciosa, porque é intenção do município, à margem da unidade de reabilitação, requalificar os espaços onde atualmente são prestados os cuidados de saúde primários, como gabinetes de consultas, salas de espera e outros gabinetes de trabalho, para os dotar de melhores condições para os utentes e profissionais.
José Peixoto Lima referiu ser expectativa da autarquia que esta intervenção possa ser financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), de acordo com contactos que têm sido estabelecidos com a tutela.
“Estamos a falar de investimentos vultuosos, uns já realizados e outros a concretizar em breve, que melhorarão os cuidados de saúde prestados à nossa população”, afirmou o autarca.
Estes melhoramentos, como também destacou à Lusa o presidente da ULS, complementarão os investimentos realizados recentemente no Centro de Saúde de Celorico de Basto, com a instalação de um centro de diagnóstico integrado dotado de análises rápidas, raio-X e eletrocardiógrafo, tudo ligado em rede com a estrutura hospitalar, para garantir maior eficácia.
Além disso, também foram iniciadas em julho consultas externas de especialidade realizadas no centro de saúde, evitando deslocações dos utentes locais a Guimarães.
“Desde o início do ano, com a nova rede de gestão de cuidados agudos em proximidade, cada concelho conta com um serviço complementar, nos centros de saúde, que recebe os utentes num horário mais alargado, incluindo sábados, domingos e feriados”, acentuou.
Estes avanços, que estão a ser replicados nos demais concelhos abrangidos por aquela ULS (Guimarães, Fafe, Vizela, Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto), prosseguiu o responsável, inscrevem-se na estratégia de maior proximidade dos serviços de saúde prestados à população, com um enfoque nos três municípios de Basto, por terem características mais rurais e estarem geograficamente mais afastados do hospital de referência.
Essa circunstância permitiu em 11 meses atender cerca de 30 mil episódios de saúde, em proximidade, no contexto da ULS, concluiu.
