Começam a surgir as primeiras reações dos municípios em relação à autorização do Governo para prospeção de lítio na área Seixoso-Vieiros, que abrange os concelhos minhotos de Celorico de Basto, Fafe e Guimarães. O MINHO falou esta manhã com as três autarquias, mas apenas uma nos forneceu uma resposta até à publicação desta notícia.
José Peixoto Lima, presidente da Câmara de Celorico de Basto eleito em setembro para um primeiro mandato pelo PSD, é peremptório, apresentando uma “posição desfavorável”, salvaguardando ainda as prespetivas de desenvolvimento do território para a área do Turismo, e não da mineração.
Em comunicado enviado a O MINHO, após várias questões colocadas esta quinta-feira, Peixoto Lima começa por referir que a tomada de posição da autarquia é “desfavorável”, posição essa que assenta “nas decisões tomadas por unanimidade, do antigo e do atual executivo municipal e também da assembleia municipal”.
O autarca considera “que esta intervenção afetaria irremediavelmente o território, a qualidade de vida, o bem-estar e a saúde da população”, embora admita que existiu ” uma redução apreciável da área de prospeção” inicial, mas “abrangendo, ainda assim, uma área considerável do concelho “que deixa o executivo municipal preocupado”.
“Celorico de Basto caracteriza-se por uma diversidade paisagística de valor incalculável e uma biodiversidade assinalável, um espaço natural onde prevalece a relação direta com a natureza, onde se desenvolve uma agricultura de pendor extensivo o que dá à região um equilíbrio ambiental e uma ruralidade que se têm vindo a constituir como atrativos turísticos marcantes”, salienta o edil.
Peixoto Lima entende que o lítio possa ser um motor de desenvolvimento para as zonas de baixa densidade populacional, mas considera que, para desenvolver o concelho, a Câmara “dá prioridade ao setor do turismo que tem crescido de forma significativa nos últimos anos”.
O autarca realça que o Turismo tem vindo, também, a valorizar a questão ambiental, “como forma de promover um crescimento sustentado deste importante setor de atividade garantindo a qualidade de vida à população local e o reforço da atratividade do concelho para novos habitantes e investimentos, geradores de emprego e riqueza”.
Esclarece ainda que, nesta fase, “não se trata de exploração de lítio, mas sim do procedimento de prospeção e pesquisa” e garante a todos os celoricenses que “acompanhará de muito perto todo este processo, zelando pelo património ambiental, bem-estar das populações e preservação das condições naturais, que permitam o desenvolvimento económico do concelho, sem sacrificar a identidade do território, a biodiversidade e a qualidade de vida da população”.
Para além de Celorico de Basto, que é o território minhoto mais afetado pelo polígono realizado pelas empresas que querem explorar o mineral, também pequenas parcelas florestais de Guimarães e de Fafe estão demarcadas no mapa da prospeção.
O MINHO também tentou obter, durante o dia de hoje, respostas às perguntas colocadas junto dos autarcas socialistas Domingos Bragança, de Guimarães, e de Antero Barbosa, de Fafe, mas sem sucesso.