A CDU, que junta comunistas e ecologistas, recuou nas eleições legislativas de domingo em percentagem e votos, perdendo deputados em Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Faro, mas prometeu que “a luta continua” pelos “trabalhadores e o povo”.
Desta feita, ainda com 32 consulados por apurar, PCP e Partido Ecologista “Os Verdes” alcançaram 6,46% (329.117 votos) e 12 mandatos, sendo provável que o número final de eleitos seja 12, ou seja, ao nível de 17 março de 2002, quando a coligação ficou em quarto lugar, atrás de PSD, PS e CDS-PP, com 6,94% (379.870 votos) e os mesmos 12 deputados, o seu pior resultado de sempre.
Desde que Jerónimo de Sousa é o líder dos comunistas (novembro de 2004), esta foi a primeira vez em que a CDU viu encolher a sua bancada parlamentar, pois foi sempre aumentando o número de tribunos no parlamento: 14 em 2005, 15 em 2009, 16 em 2011 e 17 em 2015.
“Assim que a Assembleia da República abrir, lá estarei, a intervir na defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo. Como os meus camaradas me apoiam nesse objetivo, quem deve ficar preocupado são aqueles que parece que nos querem mandar embora. Este grande coletivo partidário está unido”, garantiu o secretário-geral comunista.
Sobre a sua continuidade à frente do partido, Jerónimo de Sousa voltou a sublinhar que tem a “solidariedade da direção e militantes” e que “essa questão não está colocada e há que ir para a frente”.
Os eleitos da CDU em Lisboa passaram de cinco para quatro, no Porto, baixou de três para dois, em Setúbal diminuiu de quatro para três, ficando o deputado Bruno Dias de fora, à semelhança da parlamentar Carla Cruz, por Braga.
Em Faro, com Tiago Raposo no lugar de Paulo Sá, a CDU também não conseguiu qualquer mandato.
A somar-se a estas perdas, o grupo parlamentar do PEV vai ficar sem a sua líder, Heloísa Apolónia, há 24 anos no parlamento e que se candidatou agora por Leiria, em vez de Setúbal, e não foi eleita, tal como acontece com os candidatos da CDU desde 1985.
Na bancada do PCP, vão faltar, em princípio, Rita Rato, que concorre pelo círculo da Europa, onde os votos são normalmente distribuídos por PS e PSD, e também Jorge Machado, anteriormente eleito como cabeça-de-lista pelo Porto, e que correu agora pelo distrito de Viana do Castelo, sem sucesso.