CDU de Famalicão diz que proposta de PDM faz “cedências ao mercado imobiliário”

Alertam para “retrocesso na possibilidade de corredores verdes”
Cidade de Famalicão. Foto: CM Famalicão / Arquivo

A CDU de Famalicão criticou hoje a proposta de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) do concelho apresentada pela Câmara, considerando que parece acautelar mais os interesses privados do que o bem comum.

Em conferência de imprensa, a CDU garantiu que votará contra a revisão do PDM na Assembleia Municipal se o documento mantiver a proposta que esteve em consulta pública.

Tânia Silva, eleita da CDU na Assembleia Municipal de Famalicão, acusou o executivo PSD/CDS-PP de ter falta de planeamento e estratégia.

“Tem muitos ‘slogans’ e frases feitas, mas não há um pensamento estrutural por trás, uma ideia de fundo do que se quer para o concelho. E esta proposta de revisão do PDM é exemplo disso mesmo”, criticou.

Para Tânia Silva, a proposta traduz-se num “retrocesso evidente em relação ao PDM em vigor, já de si muito maltratado”.

“Para além de cedências ao mercado imobiliário, há um claro retrocesso na possibilidade de corredores verdes no nosso concelho, a par da desvalorização do potencial integral do território do concelho, sem que se avance na perspetiva de corrigir assimetrias”, referiu.

Para a eleita comunista, a falta de planeamento e estratégia e as cedências a privados são evidentes, por exemplo, na gestão do processo estádio municipal por parte da maioria de direita.

Em causa, disse Tânia Silva, está a intenção da Câmara de construir um novo estádio, mas assumindo que o objetivo era “um prédio com um estádio dentro”, com custo zero para o município.

Para a CDU, trata-se de mais uma tentativa de alienar os terrenos municipais da atual cidade desportiva.

“Sem que se conheça os diversos aspetos e elementos desta nova intenção, somos confrontados com a proposta de revisão de PDM que já acautela a urbanização de grande parte dos terrenos municipais”, apontou.

Contactada pela Lusa, fonte do gabinete do presidente da Câmara disse apenas que todos os contributos recebidos na fase de consulta pública serão “devidamente analisados” antes de qualquer tomada de decisão.

A Câmara de Famalicão, no distrito de Braga, aprovou em 11 de julho abrir o período de discussão pública relativo à 2.ª revisão do PDM por um período de 40 dias, que terminou a 23 de setembro.

 
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