A Câmara de Braga aprovou hoje o reconhecimento público de empreendimento estratégico para o projeto de ampliação da Bosch Car Multimedia, que vai significar um investimento de 15 milhões de euros e criar meia centena de postos de trabalho.
A proposta foi aprovada com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP e do PS, tendo a vereadora da CDU, Bárbara Barros, votado contra, porque o reconhecimento de empreendimento estratégico implica a isenção de taxas e impostos municipais.
“Trata-se de uma multinacional há muito estabelecida em Braga, com um negócio e uma produção há muito consolidados e que ano após ano apresenta lucros de milhões de euros, capazes de suportar qualquer taxa de IMI e qualquer outra taxa que seja necessário pagar ao município”, referiu Bárbara Barros.
Segundo a proposta hoje discutida e aprovada por maioria, a Bosch Car Multimedia pretende realizar um investimento superior a 15 milhões de euros, até 2025, na construção de dois novos edifícios, para aumentar a sua capacidade produtiva e tecnológica, assim como a sua atividade de Investigação e Desenvolvimento.
O investimento passa ainda pela construção de um parque de estacionamento e arranjos exteriores.
“Este investimento irá contribuir para a valorização da estrutura económica e empresarial do concelho e estima-se que gere cerca de 50 novos postos de trabalho no período de três anos”, acrescenta.
Para o presidente da Câmara, Ricardo Rio, a Bosch é “uma empresa de vanguarda, extremamente importante para a economia do concelho e para as populações”.
“Mantém ainda um caráter inovador e uma parceria estratégica que valorizamos bastante com a Universidade do Minho e que contribui para a produção de conhecimento a partir de Braga”, sublinhou.
O reconhecimento de interesse público no âmbito do empreendimento estratégico é enquadrável em projetos de elevado caráter inovador na área da indústria e que contemplem valores superiores a dois milhões de euros.
A vereadora comunista lembrou que o município já isentou a Bosch de IMI no passado, quando foi alargada a zona de implementação da empresa e alargado o parque de estacionamento na zona de Lomar.
“Este tipo de apoios devia ser canalizado para micro ou pequenas e médias empresas ou que estão em expansão no território e que não tenham capacidade sem a ajuda do município de se fixarem aqui”, defendeu.
Para Bárbara Barros, as verbas “farão muito mais falta aos cofres municipais e aos munícipes de Braga” do que à Bosch.
“Ainda que a nova construção garanta 50 novos postos de trabalho, isso não é motivo suficiente para abdicar destas receitas, porque não põe em causa a expansão ou o funcionamento do negócio da Bosch”, acrescentou.
O PS votou a favor mas defendeu a necessidade urgente de uma solução para diminuir a pressão rodoviária em Lomar, decorrente do funcionamento da empresa.
Uma pressão que, disse o vereador socialista Artur Feio, irá aumentar com o alargamento das instalações.
“As pessoas não aguentam a pressão em termos de ruído e poluição na zona”, referiu, adiantando que já há quem tenha posto os seus apartamentos à venda.
A Bosch em Braga emprega cerca de 3.200 trabalhadores.