A CDU de Braga defende que a imposição de encerramento do Mercado Municipal às segundas-feiras não resolve os problemas dos comerciantes e produtores. Em comunicado diz que “pode até criar novas limitações, desajustadas das atividades dos comerciantes, como se percebe pelas críticas que vários estão a manifestar”.
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Conforme O MINHO noticiou, um grupo de talhantes e de lojistas contesta a decisão camarária de fechar o equipamento naquele dia da semana, anunciada esta semana em edital. Em resposta, a vereadora dos equipamentos públicos disse que a decisão foi tomada após 70 por cento dos cerca de 400 lojistas se terem manifestado a favor, em inquérito realizado sobre o assunto. E sublinha que, às segundas, o mercado quase não tem clientes.
Agora, a CDU anuncia que levará o assunto à próxima reunião da Câmara Municipal, reclamando uma revisão do regulamento decorrente de um processo de discussão que envolva comerciantes e produtores, numa perspetiva de valorização das características tradicionais e de frescos que distinguem positivamente o Mercado.
“A CDU tem vindo a defender uma política de valorização do mercado como mercado tradicional e de frescos, com investimentos na sua requalificação, com a adaptação às necessidades de comerciantes e produtores, incluindo medidas específicas durante o período de epidemia, contrariando sempre as hipóteses de descaracterização”, acentua.
Direito ao trabalho
A esse propósito, e conforme O MINHO noticiou, um dos talhantes Manuel Pires lembrou que paga 400 euros por mês para ter o talho aberto todos os dias: “não aceitamos que nos impeçam de trabalhar, é um direito que temos, para mais num país onde muitos não querem trabalhar”, afirma, dizendo que os 14 talhantes ali presentes e muitos lojistas estão contra a medida, anunciada anteontem em edital ali afixado pela autarquia.
O comerciante afirma que, mesmo à segunda-feira, há clientes que o procuram, pelo que fatura nesse dia, o que o leva a acusar o Município de não cumprir as promessas feitas quando o Mercado reabriu: “exigiam que os comerciantes, mesmo os das hortícolas, que têm estufas e fazem feiras fora de Braga, ali estivessem todo o dia, sob pena de multa, e, agora, depois de deixarem cair essa imposição, querem encerrar à segunda-feira, porque têm de dar folga a seis funcionários”.
Embora sem especificar “como” será feito, Manuel Pires garante que o grupo “vai fazer barulho”.
Olga Pereira explica
Contactada por O MINHO, a vereadora que tutela os equipamentos, Olga Pereira explicou ao que, além de a esmagadora maioria estar de acordo com o fecho, posição vertida na resposta a um inquérito camarário, a verdade é que, à segunda, a estrutura está quase vazia, e sem clientes: “Permitimos aos que o peçam que trabalhem lá dentro e recebam clientes do tipo comercial, como restaurantes, hotéis e outros”.
A autarca adianta que, em contrapartida os horários de funcionamento serão aumentados, no quadro de uma revisão ainda a fazer.
Sobre a contestação dos talhantes, sublinha que o regulamento em vigor concede ao Executivo o direito de introduzir medidas de gestão, como é o caso desta.