A sub-região do Cávado em geral e o concelho de Terras de Bouro, no Parque Nacional Peneda-Gerês, em especial, terão o maior dispositivo de sempre para combater todos os fogos florestais, disse esta sexta-feira o comandante daquela zona operacional, major Manuel Moreira.
Na apresentação do seu Plano de Operações do Dispositivo Especial de Combate a Zonas Rurais 2023, aquele oficial superior informou que “este ano temos o dobro das equipas de intervenção permanente, pois o ano passado eram nove e agora são 18”.
O major Manuel Moreira, comandante sub-regional do Cávado da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, falando na vila termal do Gerês, em Terras de Bouro, anunciou que terão “este ano no terreno ao todo 338 operacionais e 80 viaturas”.
“É o maior dispositivo de sempre na sub-região”, com seis concelhos, Braga, Barcelos, Esposende, Vila Verde, Amares e Terras de Bouro, “com especial atenção ao Norte – Barcelos, Vila Verde e Amares, mais todo o território de Terras de Bouro”, afirmou.
Prometendo “nunca dar tréguas ao nosso inimigo feroz e que é o fogo”, o major Manuel Moreira, disse estarem “preparados para tudo, até mesmo para o pior”, pois fazem “um esforço hercúleo e existe uma grande conjugação de esforços entre todos”.
O responsável sub-regional da Proteção Civil referiu que nas várias fases do plano especial, a partir da próxima segunda-feira e até 15 de outubro terão “o reforço de mais um meio aéreo, em Arcos de Valdevez, que cobre 90 por cento deste território”.
“Em Terras de Bouro, no Gerês, temos zonas onde não arde há cerca de dez anos, bem como em freguesias de outros concelhos, com maior nível de risco, por isso haverá combate imediato, incluindo logo dois meios aéreos”, disse o major Manuel Moreira.
Ainda quantificando, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil terá ainda na subregião do Cávado, “três equipas do Corpo Nacional de Agentes Florestais do ICNF, onze equipas de Sapadores Florestais e também uma equipa da Afocelca”.
“Com o despovoamento do Interior, aliado ao abandono das práticas agrícolas e florestais, bem como ao envelhecimento da população, aumentou a área de combustão, mais dois mil hectares, que é agora já de 40 mil hectares de zona florestal”, afirmou.
“A Proteção Civil é um investimento”, considerou o major Manuel Moreira, congratulando-se “com o reforço de todos os seis municípios de toda esta sub-região do Cávado, com meios humanos, técnicos e materiais, fazendo-se cada vez mais e melhor”.
“A espécie mais dominante na nossa área florestal é o eucalipto, por isso temos de estar preparados para o pior cenário, mas é possível enfrentar com compromisso, envolvimento, união e entreajuda de todas as entidades”, disse o major Manuel Moreira.
E acrescentou: “O fogo é um inimigo muito poderoso e feroz, que aproveita todas as oportunidades para ceifar vidas humanas e destruir bens”, mas tem uma falha, que é não distinguir as cores das entidades que o estão a combater”.
Aquele alto responsável preconizou “celeridade e assertividade, em que a única chave de sucesso é a formação para a segurança das populações e dos operacionais”, por isso realizaram “recentemente um exercício sub-regional para testarmos procedimentos”.
“Teremos de apostar em regras e ferramentas que permitam maximizar a segurança, sempre todos unidos e a uma só voz, para estarmos preparados em face daquilo que poderá estar a chegar, mas tendo esperança numa travessia serena”, referiu o oficial.
Manuel Tibo preconiza “defender o Gerês”
O presidente da Câmara Municipal de Terras de Bouro, Manuel Tibo, referiu que têm “criado todas as condições na Proteção Civil Municipal para preservar este espaço verde único do Parque Nacional Peneda-Gerês, que é reserva mundial de biosfera”.
“A nossa obrigação é defender o Gerês, que é uma marca única a nível natural, mas em que o risco de incêndio é uma constante, com cada vez mais profissionais no terreno, além dos nossos muitos voluntários, melhores sabedores”, salientou Manuel Tibo.
“Desejamos um grande e profícuo verão durante este ano de 2023 e contem sempre connosco”, acrescentou Manuel Tibo, que é também presidente dos Bombeiros Voluntários de Terras de Bouro e vice-presidente da Comissão Intermunicipal do Cávado.