País
Catarina Martins e Costa travam debate tenso sobre quem reescreve a história do SNS
Política
em
A coordenadora do BE e o primeiro-ministro travaram hoje um debate tenso sobre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), acusando-se mutuamente de tentativa de reescrever a recente evolução deste setor.
Na segunda ronda do debate sobre política geral, na Assembleia da República, Catarina Martins usou da palavra pela segunda vez para protestar contra “piadolas” que terão sido antes transmitidas pelo líder do executivo e para acusar o Governo do PS de estar “a fazer o trabalho da direita” na área da saúde.
“Registo que o Governo reconhece que há falta de especialistas no SNS, mas não registei uma única proposta concreta para haver especialistas no SNS. Podemos discutir a formação, mas a questão é que demora dez anos a formar um obstetra. Temos médicos, mas a questão é que boa parte deles estão no privado”, observou.
Por isso, para a coordenadora bloquista, a solução passa por reter os médicos no SNS, convencendo outros que estão no privado a voltar ao setor público.
O governo, no meio de uma crise no SNS, não apresenta nenhuma medida concreta para resolver os problemas. As divergências entre o Bloco e o PS sobre o SNS nos últimos anos não foi intransigência do Bloco mas sim a rutura iminente do SNS. @catarina_mart https://t.co/D8Jg0R5GQ9
— Bloco no Parlamento (@GPBloco) June 22, 2022
“É preciso oferecer um regime de exclusividade com majoração de 40% do salário para as pessoas que queiram dedicar-se ao SNS. Isto não proíbe ninguém de nada, mas atrai pessoas para o SNS”, alegou, antes de assinalar que, até agora, o primeiro-ministro nunca disse o que pretendia com o regime de dedicação plena.
“Um plano de contingência, que não é mais do que um plano rotativo de fecho de urgências não adianta nada”, sustentou.
A resposta do líder do executivo a Catarina Martins foi pouco ou nada amigável: “Desculpe lá, não vale a pena exaltar-se nem pôr esse tom de voz para ver se convence os portugueses que tinha razão quando chumbou o Orçamento e provocou uma crise política – e os portugueses não lhe reconheceram essa razão”.
“Os portugueses não lhe reconheceram essa razão porque a senhora deputada bem pode reconstruir a história, mas não foi o Bloco de Esquerda quem fundou o SNS. E até lhe posso dizer mais: O SNS não deve nada ao Bloco de Esquerda para a sua melhoria”, advogou.
SNS: PS está a fazer o trabalho da direita
O sonho da direita de desestruturação do SNS está a ser concretizado pelo PS. Neste momento, 40% do orçamento da saúde está a ir para o negócio privado. https://t.co/vvOWgBbgtT
— Bloco no Parlamento (@GPBloco) June 22, 2022
António Costa considerou depois que a coordenadora do Bloco “não quer efetivamente dizer o que distingue o seu regime de exclusividade do regime da dedicação plena”.
“O seu regime de exclusividade impede os profissionais de exercerem livremente a sua profissão. Se for essa a condição, há um enorme risco de o SNS não ter os recursos humanos suficientes”, contrapôs.
Neste ponto, o primeiro-ministro insistiu na tese de que a taxa de retenção de recém-especialistas, desde 2017, para 2021, “melhorou de 82 para 89%”.
“Taxa de retenção não é prisão”, afirmou.
Leia Também
-
Crise nas Urgências de Obstetrícia de Braga leva ao adiamento de 70 consultas
-
Guimarães inaugurou novos arruamentos
-
Urgências de Obstetrícia de Braga voltam a fechar no domingo
-
Câmara do Porto ficou “fragilizada e isolada”, diz líder da associação de municípios
-
Há 303 mil suspeitas de reinfeção por covid-19 em Portugal
-
Portugal com 95.943 casos de covid-19 e 239 mortes entre 14 e 20 de junho
Populares
-
BragaHá 1 dia
Braga: Alcoolizado abalroa ambulância com doentes para hemodiálise (e tenta fugir)
-
BragaHá 1 dia
Conduta rebenta e deixa parte da cidade de Braga sem água
-
AveHá 2 dias
Ciclista agredido com uma pedra por automobilista na ciclovia em Famalicão
-
BragaHá 19 horas
Homem atropelado fora da passadeira é projetado 5 metros em Braga