A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, pediu hoje, na fábrica da Bosch, em Braga, mais fiscalização para obrigar as empresas a cumprir a legislação que determina o “desfasamento dos turnos” para proteger a saúde dos trabalhadores em tempos de pandemia.
Depois de um contacto com a comissão de trabalhadores da Bosch Car Multimédia, Catarina Martins sublinhou a “absoluta necessidade” de a Autoridade para as Condições do Trabalho atuar, para repor a legalidade.
A deputada bloquista afirma que “a administração aproveita a crise pandémica e económica para multiplicar abusos laborais. Embora a empresa se mantenha em laboração, tenta impor férias, cortes salariais e recusa aplicar o desfasamento de turnos. Infelizmente, não é caso único”.
Catarina Martins diz que o Bloco de Esquerda “já alertou o governo e questionou a Ministra do Trabalho sobre fiscalização da atuação da empresa”.
“Proteger quem continua a trabalhar fora de casa, é uma prioridade. Reforçar a lei para respeitar os trabalhadores por turnos, a luta que não esquecemos”, acrescenta.
“É urgente que a fiscalização atue”, referiu, vincando a necessidade de controlar a pandemia e de respeitar os trabalhadores que não podem ficar em casa e que mantêm a economia a funcionar e, assim, “seguram o país”.
Para Catarina Martins, os trabalhadores têm direito a “regras próprias” para proteção da sua saúde, sendo uma delas o desfasamento de turnos.
“Estamos aqui para sinalizar a absoluta necessidade de a inspeção atuar e de não permitir que empresas, tão grande como esta, a Bosch, não cumpram o que a lei diz sobre a segurança dos trabalhadores no período pandémico”, disse.
Questionada sobre o eventual passaporte europeu de vacinação, a líder do Bloco disse que o importante é “debater o essencial”, designadamente o aumento de produção e a universalização da vacina.
“Que a União Europeia encontre desculpas para discutir tudo menos o aumento da produção e a universalização da vacina, parece-nos perigoso”, referiu.
Para Catarina Martins, as grandes farmacêuticas estão a utilizar as vacinas que têm para “pressionar os preços, não fazendo a produção e a distribuição” necessárias.
“O que a Europa deve fazer é ultrapassar este garrote das farmacêuticas e começar a produzir em massa a vacina, para que possa chegar a toda a gente em todo o mundo”, defendeu.