A aldeia de Castro Laboreiro, em Melgaço, o concelho mais setentrional do país, vai terminar 2016 com a “Queima do Ano Velho”, uma tradição ancestral que representa “a esperança de um ano melhor”.
A iniciativa, a realizar no próximo dia 30 e hoje anunciada pela Câmara local, vai animar aquela terra castreja a partir das 23:00 horas com um cortejo do Ano Velho no qual participam os gaiteiros da Lobeira.
O cortejo, explica uma nota de imprensa do município, tem início junto ao posto de turismo e vai percorrer a pelas ruas de Castro Laboreiro, em pleno Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG).
O desfile termina no centro cívico da aldeia onde será queimado o Ano Velho e oferecida uma queimada e aos participantes.
Segundo Sónia Nogueira, uma responsável pela organização citada na nota da autarquia, o objetivo do evento é “dar a conhecer os locais que compõem o PNPG, incentivando à cooperação, num esforço conjunto de promoção do turismo da região”.
“Por esta via, ganham as entidades envolvidas e ganham os turistas que, de outra forma, nunca teriam a oportunidade de conhecer, explorar, perceber e degustar tudo o que estas regiões e estas gentes têm para oferecer”, explicou.
Aquela responsável destacou ainda a necessidade de “recuperar tradições e rituais de tempos remotos, incentivando à participação quer de turistas quer de gentes da terra, para não deixar perder hábitos e costumes que são, afinal, os pilares da cultura popular”.
O evento tem o apoio da Câmara de Melgaço e da Junta de Freguesia de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.
Com cerca de 500 habitantes, Castro Laboreiro é uma das maiores freguesias do Alto Minho, em termos de território, mas também das mais envelhecidas e isoladas da região, com o núcleo central da aldeia a mais de 800 metros de altitude.
Aquela freguesia montanhosa, que tem cerca de 100 quilómetros quadrados e dista 25 quilómetros da sede do concelho, está situada num planalto com o mesmo nome, em plena serra da Peneda, no coração do PNPG.
A aldeia possui ainda “um milenar e riquíssimo legado histórico, arqueológico e arquitetónico, designadamente os monumentos megalíticos, o Castelo de Castro Laboreiro (classificado como monumento nacional), as pontes e igrejas medievais, os fornos comunitários, os moinhos, a atividade agropastoril e as brandas, inverneiras e lugares fixos, testemunhos, também aqui, da prática da transumância, quando os pastores subiam com os rebanhos à montanha, até às brandas, como a da Aveleira situada a cerca de 1.100 metros de altitude.
Aí permaneciam de abril a setembro para retirar partido de melhores pastos, e regressando à aldeia quando as chuvas e ventos agrestes prenunciavam o fim de mais um ciclo.
Cartaz
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