Em Castro Laboreiro, no dia 30 de dezembro, queima-se a figura do “pai velho” e deixam-se votos de um bom ano. A partir das 23:00, em ambiente de grande folia, o povo sai à rua e despede-se do ano que passa. A “Queima do Ano Velho” tem concentração junto ao posto de turismo e igreja, no centro de Castro Laboreiro.
Esta, é já uma tradição da vila, que vem reunindo visitantes ao longo dos anos. “Vamos espantar a noite e o frio com sonoridades de outrora muito ligadas à proximidade com a vizinha Galiza. Assim, as gaitas de foles marcarão presença nas ruas de Castro Laboreiro e contaremos também com algumas surpresas e animação teatral ao longo de todo o percurso onde o bom humor surpreenderá os participantes”, referiu Sónia Nogueira, da organização, em comunicado enviado a O MINHO.
A tradicional queimada galega e os sons celtas, muito assentes nas tradicionais gaitas de foles, são o centro das atenções. O grupo musical “Os Rampeiros” protagonizará um momento de música ao vivo.
O ponto alto do evento será a “Queima do Boneco do Ano Velho”, onde será encenada a despedida de 2019. “Queimada Galega será dada a provar aos participantes recuperando tradições e rituais de tempos remotos, incentivando à participação, quer de turistas quer de gentes da terra, assim, revela-se cada vez mais importante, no sentido de, que não se percam hábitos e costumes, que são, afinal, os pilares da nossa cultura popular”, revela a organização.
Castro Laboreiro
Está localizada em Melgaço, num planalto de extensa área, dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG). Este, situa-se a 25 quilómetros da sede do concelho.
É uma das localidades mais emblemáticas do PNPG e possui um dos mais ricos patrimónios pré-históricos do país, que reúne gravuras e pinturas rupestres, 120 dólmenes (datados de há 5.000 anos) e cistas (monumentos megalíticos funerários).
A aldeia possui um património histórico e arquitetónico de grande riqueza, destacando-se um tipo próprio de construções castrejas. O Castelo de Castro Laboreiro, classificado como monumento nacional, a Igreja Matriz de Castro Laboreiro, o Pelourinho, datado do século 16, igrejas medievais, fornos comunitários, espigueiros e moinhos.
A sua localização, no cimo da montanha, a mais de 1.000 metros de altitude, levou a que os castrejos defendessem os seus costumes e tradições de todas as influências estranhas, o que ainda hoje persiste. Exemplos dessas tradições são as inverneiras e as brandas.
Em meados de dezembro, com a chegada do frio e dos nevões, as populações de Castro Laboreiro, pegam nas suas roupas, utensílios caseiros e de lavoura e tangendo o gado, migram em massa para os vales, onde possuem uma segunda casa e uma segunda aldeia. Ficam, assim, nas inverneiras, abrigadas do frio, até meados de março.
No Núcleo Museológico de Castro Laboreiro é possível conhecer os hábitos, costumes e tradições. Terra das “viúvas dos vivos”, nome a que os seus habitantes davam às mulheres, cujos maridos, filhos e netos emigravam em busca de condições de vida melhores.
“É uma região de grande beleza, a par do rio Laboreiro, que é atravessado por inúmeras pontes representativas das épocas romana ou medieval, e das quais sobressaem a Ponte da Dorna, a Ponte da Capela, a Ponte Nova, Ponte da Cava Velha e a Ponte Velha”, refere o comunicado.
Castro Laboreiro é também conhecido pelo seu fumeiro e enchidos, confecionados de forma totalmente tradicional.
O guardião desta localidade é o cão de Castro Laboreiro, utilizado para defender os rebanhos do lobo ibérico.
Programa
Início – 23:00
-Concentração junto ao posto de turismo de Castro Laboreiro
-Início do cortejo de rua com gaitas de foles e animação de teatro de rua
-Queima do Boneco do Ano Velho
-Queimada Galega, com música e baile