O aumento do número de infeções por covid-19 em Braga, que atingiu, este mês, 177 por 100 mil habitantes ficou a dever-se, maioritariamente, a almoços de família e de amigos, nos quais os convivas não usam máscara e não se distanciam. Como sucedeu com os jantares no dia da final da Taça de Portugal. Apesar disso, em Braga, o número de vítimas mortais, 201, mantém-se inalterado há quase um mês.
Fonte da Autoridade Local de Saúde disse a O MINHO que “os festejos de rua após a vitória do SC Braga podem ter contribuído para a estatística, mas a maioria das infeções desse dia deriva de jantares de adeptos”. Salienta, por isso, que é de temer que este comportamento se repita na véspera do dia de São João, com sardinhadas várias em casas e quintais, sem que as pessoas se precavejam contra a propagação do vírus.
A mesma fonte observa que alguns dos infetados são jovens, que se aglomeram quando os cafés fecham, quer na Sé quer junto ao campus de Gualtar, mas salienta que, na Universidade do Minho, só foram detetados cinco casos.
Campanha de sensibilização
Na sequência de decisão governamental de não permitir que o concelho avance para a nova fase do desconfinamento, as entidades locais envolvidas na Proteção Civil, Câmara, ARS, Bombeiros e Cruz Vermelha reuniram-se na quarta-feira, tendo decidido fazer uma campanha, “pela positiva”, de sensibilização dos bracarenses, pensada não para proibir, mas para alertar para as possíveis consequências de reuniões e ajuntamentos.
Na próxima semana arranca, também, uma campanha de testagem nas empresas de Braga, que, até ontem, tinha já seis mil inscritos.
A mesma fonte sublinhou que as infeções afetam pessoas de uma extensa faixa etária, entre os 25 e os 60 anos, 12 por cento dos quais em escolas, mas vincando que o serviço de rastreio da Autoridade de Saúde não consegue, em 30 por cento dos casos, detetar a origem da infeção.
A este propósito, o líder do Município, Ricardo Rio disse a O MINHO que a fiscalização policial já se tinha intensificado no mês anterior e vai ser, ainda, mais rigorosa, evitando ajuntamentos de jovens junto a cafés e obrigando ao cumprimento de medidas e horários em esplanadas.
“Há já mais de 80 mil bracarenses vacinados. Mas, temos, todos juntos, de superar esta dificuldade e progredir para a próxima fase”, disse.
Adiantou que o Município vai contratar, em parceria com a Cruz Vermelha e durante dois meses, oito enfermeiros para o Centro de Vacinação, de modo a que, se houver vacinas, o processo seja acelerado.