A Segurança Social (SS) não esclarece por que motivo foram hoje retiradas 19 crianças de uma instituição de acolhimento na freguesia de Revelhe, em Fafe, mas adianta que o processo já está sob investigação do Ministério Público (MP).
Questionada por O MINHO, a SS escusou-se a explicar o que esteve na origem da ação desenvolvida na manhã desta quarta-feira, referindo, apenas, que, “no âmbito das ações de acompanhamento às instituições, competência do ISS [Instituto da Segurança Social], resultou a necessidade de uma fiscalização à instituição em causa, e, em simultâneo, proceder à retirada dos jovens acolhidos e à sua colocação noutras instituições, respeitando sempre o princípio da não separação de irmãos”.
A ação de fiscalização, garante a SS, foi realizada “sempre com o foco na garantia do superior interesse dos jovens acolhidos”.
Na resposta a O MINHO é esclarecido que estavam na instituição “19 crianças e jovens, na sua maioria com idades compreendidas entre os 15 e os 19 anos”.
“Quinze das crianças e jovens acolhidas foram recolocadas em cinco instituições. Serão posteriormente recolocadas as quatro crianças e jovens que se encontravam de férias”, acrescenta.
A SS acrescenta que “a ação decorreu com tranquilidade, tendo sido o Ministério Público informado de todas as circunstâncias que determinaram esta decisão”.
“Foram também informadas as entidades eclesiásticas, dado tratar-se de um centro social e paroquial”, conclui a resposta enviada ao nosso jornal.
Direção “apanhada de surpresa”
Como O MINHO noticiou, a SS retirou, na manhã desta quarta-feira, 19 crianças do Lar da Criança de Revelhe, onde eram acolhidas crianças sem retaguarda familiar.
A direção do Centro Social e Paroquial de Revelhe, a que pertence o Lar da Criança, emitiu um comunicado, no qual diz ter sido “apanhada de surpresa com a retirada das crianças acolhidas” na instituição.
“Neste momento, desconhecemos os motivos que estiveram na origem desta decisão. De imediato, entrámos em contacto com o diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Braga, que se deslocou à instituição e nos comunicou que as razões serão oficialmente transmitidas ainda durante esta tarde”, pode ler-se.
E conclui: “Aguardamos com a serenidade possível, confiando na verdade e na transparência de todo este processo”.
Com Ivo Borges