“Uma construção intemporal, sem limites definidos, mas limitada aos materiais locais”. É desta forma que Nuno Brandão Costa, arquiteto portuense e crítico convidado da Escola de Arquitetura da Universidade do Minho, define o projeto “Casa de Melgaço”, construída a partir de ruínas de uma pequena habitação, onde essas mesmas ruínas perduram, mesmo depois de já não o serem.
A construção, iniciada em 2010 e concluída em 2016, ganha agora novo destaque, depois de dois dos principais portais online de arquitetura a nível mundial a terem destacado nas últimas semanas. O primeiro foi o Archdaily, a 18 de janeiro deste ano.
Esta terça-feira, o portal Archello, considerada a comunidade de arquitetura que mais cresce online, também destacou o trabalho na sua página da rede social Facebook, onde conta já com quase 1.000 interações nas últimas três horas.
Ao longo dos últimos anos, foi também destaque em várias publicações conceituadas a nível mundial, como é o caso da revista online de arquitetura, Ignant (2017), que apelida a construção como uma “modernidade minimalista com a firme presença de velhos edifícios de pedra”, ou da revista de design Yatzer (2017), que classifica o trabalho do arquiteto neste projeto como uma “imaginativa progressão”.
Localizada em Parada do Monte, no concelho de Melgaço, a área da casa (com sala de estar, cozinha, sala de jantar, três quartos, pátio e piscina) estende-se por 349 metros quadrados. As ruínas de uma antiga habitação que albergava 11 pessoas foram reaproveitadas para a nova fachada, dando assim um aspecto ruinoso com utilização contemporânea, em harmonia com o terreno acidentado onde foi construído. E porque não dizê-lo, característico também do concelho de Melgaço.
Nuno Brandão Costa formou-se na Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto em 1994, instituição onde se doutorou em 2013 e leciona desde 1999, de acordo com o portal daquela faculdade. Tem em mãos um dos mais importantes projetos da cidade do Porto – o novo terminal ferroviário intermodal de Campanhã.