O conjunto formado pela casa e quinta da Covilhã, em Fermentões, Guimarães, que teve intervenção do arquiteto Fernando Távora, foi classificado como monumento de interesse público, segundo uma portaria hoje publicada em Diário da República.
A portaria refere que a quinta da Covilhã é uma propriedade de génese seiscentista, com habitação original datada de meados do século, e capela de 1680.
A casa foi primeiramente reformulada em 1705, sendo a última intervenção, da responsabilidade do arquiteto Fernando Távora, datada da década de setenta do século XX.
O conjunto é composto por casa nobre com capela adossada, envolvida por patamares ajardinados e bosque de carvalhos, e articulada com anexos e estruturas de apoio tradicionais, incluindo adega, lagar, alpendre e eira, para além da zona de mata, moinhos de água e campos de cultivo, onde hoje se destaca, sobretudo, a vinha em socalcos.
A quinta da Covilhã conserva-se na posse da família Távora deste a sua fundação, permanecendo, do mesmo modo, como quinta de produção agrícola até à atualidade.
“As transformações que o edifício principal sofreu, guiadas por uma sensível procura da autenticidade e integridade do edificado, em equilíbrio com a paisagem envolvente, não lhe retiraram o caráter de solar rural e casa de família nem desvirtuaram a sua feição vernacular. Pelo contrário, a intervenção de Fernando Távora tem sido considerada modelar, constituindo caso de estudo e investigação”, sublinha a publicação.
Acrescenta que “à exemplaridade desta intervenção, e ao valor intrínseco do imóvel e da sua história, vem somar-se a condição que este assume enquanto lugar de memória e testemunho perene do destacado arquiteto da ‘Escola do Porto’, evidenciando uma relação de grande cumplicidade e investimento material e afetivo, patente também na constituição do espólio, de grande valor artístico, que se conserva na casa da Quinta da Covilhã”.
A portaria de classificação data de 08 de outubro e é assinada pela secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Carvalho Ferreira.