Casa de Ofir e pousada de Guimarães na exposição do centenário do arquiteto Fernando Távora

Foto: DR

As comemorações do centenário do nascimento do arquiteto Fernando Távora (1923-2005) arrancam a 25 de agosto, tendo como centro uma exposição de desenhos e maquetes de sete obras da sua autoria, entre as quais a Pousada de Santa Marinha da Costa (Guimarães) e Casa de Ofir (Esposende).

A iniciativa da Fundação Marques da Silva é comissariada pelo arquiteto Alexandre Alves Costa, que, na sessão de apresentação do programa de comemorações, hoje na Secção Regional Norte da Ordem dos Arquitetos, explicou que as obras abordadas na exposição “Fernando Távora. Pensamento Livre” serão representadas por desenhos e maquetes originais, pertencentes ao acervo de Fernando Távora, e por novas imagens captadas pelo fotógrafo Paulo Catrica.

São elas a Casa de Ofir (Esposende), o Mercado da Vila da Feira (Santa Maria da Feira), o Pavilhão de Ténis da Quinta da Conceição (Matosinhos), a Escola do Cedro (Gaia), a Pousada de Santa Marinha da Costa (Guimarães), o Anfiteatro da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e a Casa dos 24 (Porto).

Depois de exibida, em outubro, no Porto, na Fundação Marques da Silva – atual depositária do espólio do arquiteto -, a exposição ficará patente nas universidades do Minho e de Coimbra, em fevereiro e maio de 2024, respetivamente.

Por confirmar está a sua exibição, em setembro de 2024 na Assembleia da República, de cujo projeto de ampliação foi coautor.

Ao longo dos próximos meses e até setembro de 2024, a comissão prossegue o calendário de homenagem a uma das figuras maiores da arquitetura portuguesa, com um conjunto de visitas a obras da autoria de Fernando Távora nas zonas norte e centro do país, a realizar entre outubro e maio de 2024.

Entre encontros, colóquios, lançamento de livros e aulas abertas, destaca-se a festa de abertura do ano letivo 2024-2025, “uma reedição de uma iniciativa de 2005” que pretende aproximar os alunos de três escolas de arquitetura (Porto, Braga e Coimbra)” num momento de celebração sobre o pensamento e obra de Távora, referiu a representante da comissão coordenadora do centenário, Conceição Melo.

Aquela responsável revelou ainda que, em abril de 2024, será lançada a 20.ª edição do Prémio Fernando Távora, um momento que se deseja que seja “um marco especial” nestas comemorações.

A arquiteta revelou ainda que foi solicitado à Câmara do Porto a atribuição do nome de Fernando Távora a um lugar relevante da cidade, pedido sobre o qual ainda aguardam resposta.

O programa, que se prolonga até setembro de 2024, contou com os contributos da Ordem dos Arquitetos, da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto, do Departamento de Arquitetura da Universidade de Coimbra e da Escola de Arquitetura, Arte e Design da Universidade do Minho.

Na sessão de apresentação, foi assinalada a importância da herança deixada por Fernando Távora, destacando o papel relevante que teve na criação dos cursos de arquitetura destas universidades.

Figura maior da cultura e arquitetura portuguesas, Távora influenciou sucessivas gerações de arquitetos, tendo sido mestre de Siza Vieira e Souto Moura, ambos distinguidos com o Prémio Pritzker.

Com uma ligação particular ao norte de Portugal, onde se localiza a maioria das suas obras e onde lecionou em várias escolas, o chamado “pai da Escola do Porto” assinou ainda projetos de conservação e reabilitação do património, onde figuram trabalhos como o restauro e adaptação a pousada do Convento de Santa Marinha, em Guimarães (1975-84) e, no ano seguinte, a reabilitação do centro histórico daquela cidade (1985-92).

Entre 1992 e 2001, Távora assinou a remodelação e expansão do Museu Nacional Soares dos Reis e entre 1996 e 2003 o restauro do Palácio do Freixo, também no Porto.

 
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