“As pessoas deviam ter vergonha”, afirma em tons de desespero Carlos Sampaio, pai de uma criança com paralisia cerebral e que, por falta de civismo de muitos condutores em Apúlia, freguesia do concelho de Esposende, tem que circular por entre labirintos de ruas, arriscando a própria segurança e do filho.
“Passo férias aqui desde há nove anos, mas nos últimos dois anos as coisas têm piorado. É impossível ter passeios para circular, pois os carros estão estacionados em cima destes“, refere Carlos Sampaio, com residência arrendada na Rua Fonte da Senhora, e que sempre que quer ir à praia com o filho enfrenta “a falta de civismo”.
“O meu filho tem paralisia cerebral, logo, precisa de uma cadeira de rodas para se deslocar. O problema é quando fazemos o trajeto de casa até à praia. É do pior. Os carros utilizam os passeios como parque. São às dezenas“, refere Carlos Sampaio, que viu a “sua” paciência esgotar e, em forma de protesto, fotografou todas as viaturas que obstruíam a passagem em cima dos passeios no passado domingo.
“Por vezes nem é a falta de estacionamento, é mesmo o querer colocar o carro à porta do sítios onde estão, obstruindo os passeios. Tenho que passar com o meu filho pela rua, onde andam os carros”, frisa.
O caso já foi reportado, através de Nuno Amaral Bastos, um cidadão inconformado, com uma queixa pública à secretária de Estado da Inclusão, Ana Sofia Antunes.
“Julgo que o deveriam fazer todos, para que assunto tenha eco, para que por uma vez se faça a diferença. Lance uma subscrição pública para que a autarquia seja obrigada a colocar barreiras físicas nos passeios que impeçam o estacionamento, estarei aqui para a assinar”, refere Nuno Amaral Bastos em página de facebook.
Também os habitantes de Apúlia acabam por apresentar queixas face à falta de atuação União de Freguesias de Apúlia e Fão e da Câmara de Esposende.
“Sei que não são culpados pela falta de civismo das pessoas, mas deviam fazer alguma coisa”, refere Alberto Freitas, morador em Apúlia, que aponta casos de carros por vezes estacionados frentes às garagens.
“A GNR devia andar em cima desta gente toda e multar todos carros”, acrescenta.
O O MINHO tentou contactar a junta local, assim como a Câmara de Esposende, mas aguarda por resposta face ao caso.