O candidato à liderança socialista José Luís Carneiro quer “repensar o PS e a sua relação com o país” e defende “consensos democráticos” em cinco áreas de soberania, incluindo “uma reforma eleitoral a começar pelas autarquias”.
Estes são alguns dos tópicos da moção da candidatura de José Luís Carneiro a secretário-geral do PS, até agora a única, ideias avançadas hoje pelo Expresso e confirmadas à Lusa, na véspera da sua apresentação oficial.
Segundo estas linhas gerais, a moção estará “em evolução com o objetivo de recolher os contributos da sociedade portuguesa” e o objetivo do dirigente socialista é “repensar o PS e a sua relação com o país”.
Será ainda lançada uma reflexão que tem por base “ouvir e dar voz às pessoas”.
Carneiro manifesta ainda disponibilidade para “consensos democráticos” em cinco áreas de soberania nas quais considera ser natural que estes existam: política externa e europeia, defesa, segurança, justiça e organização do Estado.
Quanto à defesa, o candidato à liderança do PS refere que “a capacitação militar-industrial deve ser uma iniciativa estratégica do Estado, que oriente as necessidades de investimento em defesa para o desenvolvimento económico, tecnológico e social do país, para a promoção da autonomia estratégica nacional e para a integração ativa do país nos esforços comuns de segurança e defesa europeias”.
“O PS procura uma segurança eficaz e ao mesmo tempo humanista. Importa garantir as funções da polícia de patrulhamento e de proximidade, de acordo com as prioridades estabelecidas ao nível dos Conselhos Locais de Segurança”, aponta, no caso da segurança.
Quanto à justiça, e tendo em conta as dificuldades do país nesta área, José Luís Carneiro pede “uma reflexão abrangente por parte de todos os agentes” para que se chegue a um “Compromisso para a Justiça.
“O PS defende uma reforma eleitoral a começar pelas autarquias, reforçando o seu parlamentarismo e permitindo executivos mais funcionais”, acrescenta ainda, deixando claro que “a revisão da Constituição não é uma prioridade do PS”.
O candidato a líder do PS propõe ainda uma “Agenda Portugal” que será organizada segundo as principais áreas da governação, a Declaração de Princípios do PS e alinhada com a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
“O PS rejeita a privatização da saúde, a mercantilização das pensões e a desorçamentação a escola pública”, enfatiza, pedindo o “crescimento sustentável da economia e dos rendimentos, com base nas ‘contas certas’”.
Qualificação do emprego e a dignidade do trabalho ou” grande Pacto Nacional para a Habitação” são outras das metas de José Luís Carneiro, que quer liderar “propostas políticas no campo da proteção e regeneração ambiental e da ação climática” e melhorar a qualidade da democracia e da prevenção e combate à corrupção.
“Reforço dos meios das forças e serviços de segurança e proteção civil. A segurança é um dos principais ativos do país e não nos podemos dar ao luxo de o perder”, defende ainda.
O ex-ministro quer ainda um reforço da capacidade nacional de acolhimento e integração dos trabalhadores migrantes de que o país necessita.