A organização portuguesa do sexto campeonato do mundo de ‘trail running’, prova que decorreu no Parque Nacional da Peneda-Gerês, e que teve chegada em Arcos de Valdevez, esteve a cargo do barcelense Carlos Sá, um dos mais conceituados ultramaratonistas portugueses, que se mostrou agradado pela forma como decorreu a prova.
“Sinto orgulho de todos os elogios que recebemos sobre a organização deste campeonato. É mais uma prova que Portugal tem capacidade para organizar estes grandes eventos”, disse Carlos Sá.
O organizador elogiou ainda “a adesão e o interesse do público, como também o nível competitivo da corrida”.
Na prova, propriamente dita, o espanhol Luís Hernando sagrou-se campeão do mundo.
O corredor, de 38 anos, que em 2015 tinha sido vice-campeão do mundo, concluiu o percurso de 85 quilómetros em 8:20.26 horas, tendo os restantes lugares do pódio sido ocupados pelos franceses Nicolas Martin e Sylvian Martin, campeão em 2016, que precisaram de mais 10 minutos para completar o exigente traçado, com um desnível positivo de 5 mil metros.
O melhor português foi Tiago Aires, que terminou na 13.ª posição, com 9:14.34 horas, depois de uma corrida em que chegou a andar no grupo da frente na primeira fase, mas quebrou na fase final da prova.
“Se me dissessem antes da prova que ia ficar em 13.º nunca acreditaria, mas, tendo em conta o desenrolar da corrida, acho que podia fazer bem melhor”, começou por dizer o corredor luso.
Tiago Aires lembrou que chegou a andar “bem perto do sexto lugar”, mas que, depois dos 60 quilómetros, foi ultrapassado por vários adversários.
“Foi uma experiência fantástica, senti mesmo o carinho do público, e, apesar de estar competir com adversários que são profissionais da modalidade, talvez para o ano possa surgir para discutir uma medalha”, acrescentou.
No lugar mais alto do pódio, o espanhol Luís Hernando falou numa corrida “muito difícil e sempre muito disputada”.
“Até ao quilómetro 30 íamos 12 no grupo de frente, mas, depois, senti-me bem para me isolar. Estou muito contente e desfrutei muito de um percurso que foi muito bem conseguido e marcado”, afirmou.
Na classificação por equipas, a França, com três corredores nos primeiros quatro lugares, averbou o título coletivo.
Os gauleses estiveram também em destaque no escalão feminino, com Caroline Chaverot a cortar a meta como a primeira mulher da prova, com 9:39.40.
“Foi uma corrida muito difícil, tive mesmo de me sentar para descansar um pouco, e, como tinha uma adversária mesmo atrás de mim, tive na parte final de dar tudo por tudo. Foi uma das corridas mais difíceis que fiz e por isso estou muito contente por vencer”, apontou a francesa.
O pódio do escalão feminino ficou completo pelo segundo lugar da espanhola Azara Garcia Salmones e pelo terceiro de Ragna Debats, da Holanda.
Em 2017, o campeonato do mundo de ‘trail running’ será realizado em Itália, na região da Toscana.