Duas crias de lobo-ibérico, acompanhadas por um adulto, brincavam numa clareira do Parque Nacional da Peneda-Gerês enquanto o fotógrafo e videógrafo de natureza, Carlos Pontes, registava o momento.
O fotógrafo de Ponte da Barca registou o momento em agosto, numa “hora em que o sol e o calor agreste que se fazia sentir davam finalmente tréguas”.
“Duas crias de lobo ibérico brincam numa clareira junto a um adulto que dormita bem camuflado e alerta a qualquer intrusão que possa pôr em perigo a nova geração de guerreiros”, descreve o aventureiro que tem passado os últimos anos a registar a vida selvagem da região para importantes grupos de comunicação a nível mundial.
Também nas redes sociais, Carlos Pontes explicou que desde o início de 2023 tem vindo a filmar várias sequências inteiras com várias espécies do PNPG, para um trabalho relacionado com a BBC.
Quem é Carlos Pontes?
Um apaixonado pela fotografia de fauna selvagem. Natural de Ponte da Barca, desde criança que tem contacto com o Parque Nacional Peneda-Gerês (PNPG), não só com a área inserida em Ponte da Barca mas também em Arcos de Valdevez e Melgaço, zonas com as quais mais se identifica.
É hoje considerado um autor diferenciador dos animais e paisagens do PNPG. Esteve sempre em contacto com serras e animais, enquanto se formou em design e buscou conhecimentos em biologia. Com grande habilidade técnica no mundo da natureza e fotografia, estuda teoria e prática sobre as áreas e espécies que fotografa.
Venceu alguns prémios em concursos nacionais de fotografia, colaborou com documentários de vida selvagem transmitidos pela televisão portuguesa e colabora em publicações da National Geographic
Mais recentemente, colaborou como câmara no novo projeto “DEHESA – el bosque del lince” do aclamado produtor e realizador de filmes de natureza, Joaquin Gutierrez Acha.
Esta produção, sobre sobre Portugal e Espanha é da autoria de um dos melhores realizadores da Europa onde só entram dois portugueses: Carlos Pontes e João Cosme.
“Conhecer Carlos Pontes é perceber que o seu ADN é marcado pelas serras e os animais, particularmente o lobo-ibérico (canis lupus signatus)”, diz a biografia que o autor partilhou com O MINHO.
Desde os nove anos que vê lobos em estado selvagem, mas desde os vinte anos que começou a mostrar mais interesse. Os lobos são, hoje, a sua “principal fonte de inspiração”.
Através de exposições, Carlos Pontes quer ajudar a valorizar o lobo como “um elemento crucial não só da biodiversidade regional, mas também da identidade cultural e tradição populares”.
“Desmistificar a falsa ideia do lobo mau pode permitir que as entidades governativas da região vejam na sua imagem e no rico património cultural a ele associado no contexto ibérico uma mais valia para o desenvolvimento económico e turístico”, refere o autor.
Notícia atualizada com correção da terra-natal de Carlos Pontes.