Discriminação étnica, racial e xenofobia. A partir desses três importantes temas, a empresa Betweien em parceria com o músico Carlão apresentaram nesta terça-feira, 24 de outubro, assinalando o Dia Municipal da Igualdade e o Dia das Nações Unidas, o projeto pedagógico “Livres e Iguais” no Museu D. Diogo de Sousa, em Braga.
A promoção da interculturalidade é o mote do projeto, direcionado para os alunos e as alunas do 3.º ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário, tem o objetivo de sensibilizar e dar aos jovens uma nova perceção sobre o tema.
Narciso Moreira, coordenador do projeto, explicou a importância da discussão de temas como esses com os jovens.
“A ideia é inovar na educação. Temos conteúdos, que são grande parte das vezes transversais, e não são abordados em contexto escolar. Ou se são, são de forma muito rápida. Queremos levar essas apresentações de forma diferente, para que sensibilizem com esses temas. Sabemos que não vamos mudar comportamentos, pois as ações são curtas, no entanto, sabemos que vão sensibilizar de algum modo para que alguns comportamentos sejam refletidos”, explicou.
Ferramentas de reflexão e autoconhecimento, dados teóricos e jurídicos e estatístico são parte dos conteúdos que compõem o livro, que, para além de trazer histórias ficcionadas sobre racismo, discriminação étnica e xenofobia, conta, também, com a letra das músicas produzidas pelo Carlão sobre cada uma destas temáticas.
O músico esteve presente na apresentação e cantou as três músicas que ele compôs especialmente para o trabalho, uma para cada tema. Ele contou como foi participar deste projeto.
“Surgiu da parte da Betweien, que tem desenvolvido projetos similares, e quando foi feito o contato, claro que embarquei na aventura, é algo que me diz muito esse tipo de ações, e colaborar com três canções, acho que estão uns exercícios que são bastante úteis, não só para os miúdos, mas também para nós. Eu mesmo passei por algo assim a fazer uma letra. Acho que é um trabalho muito válido”, disse Carlão.
“A mensagem, acima de tudo, é que acho que devemos questionarmos sempre. Os fatos não dizem as histórias, quem ganha as guerras que escreve as histórias. Há uma série de pessoas que são exteriorizadas, e as vozes não são ouvidas. E um dos temas que digo é que devemos questionar sempre. Pelo menos foi a ideia que tentei passar. Claro que há linhas que me guio, mas o importante é discutir as coisas, mais do que estar a dizer como são as coisas, mas a questão é darmos acesso, e hoje, com internet e tudo, só não está informado quem não quer”, explicou.
Além da apresentação musical o evento também contou com uma apresentação teatral reproduzindo partes do livro.
Firmino Marques, vice-presidente da Câmara Municipal de Braga, participou do evento para representar a Câmara Municipal de Braga e saudou a empresa por trazer projetos como esses ao concelho.
“Nada melhor para celebrar este evento do que apresentar este livro, e ainda vamos ter a oportunidade de ouvir de forma musical estes temas, o que é um privilégio, é uma forma de acentuar essa comunicação. Qualquer percurso que se faça é um bom percurso para chegar ao tal patamar de olharmos os outros como a nós mesmos. Uma instituição que emerge de Braga, que aborda temas importantíssimos, que traz responsabilidade social, eu saúdo a Betweien por esse trabalho”.
Num modelo de apresentação específico, as Escolas e outras instituições educativas poderão também receber uma peça de teatro, que será a adaptação das narrativas do livro ao teatro. Literatura, Música e Teatro são os três componentes a que alunos/as e professores/as poderão ter acesso, na apresentação deste projeto.
Este projeto tem o apoio da Associação SOS Racismo e do Conselho Português para os Refugiados.