Estão a ser avistadas caravelas-portuguesas, com tentáculos que podem chegar aos 30 metros de comprimento, em praias do norte e centro de Portugal continental, alertou, esta terça-feira, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
“Muito influenciada por ventos e correntes de superfície, a caravela-portuguesa (physalia physalis) é uma espécie comum na costa portuguesa, incluindo Açores e Madeira. É caracterizada por um flutuador em forma de balão, frequentemente de cor azul ou rosada”, aponta o IPMA em comunicado.
Segundo o IPMA, esta espécie exige “mais cautela”, devido aos longos tentáculos, que podem chegar aos 30 metros, capazes de provocar fortes queimaduras.
“Deve evitar-se tocar nos organismos, mesmo quando aparentam estar mortos/secos na praia. Em caso de queimadura por contacto com esta espécie, deve ser aplicado vinagre e compressas quentes”, refere.
O programa GelAvista, que monitoriza organismos gelatinosos em Portugal, também tem deixado alertas.
“Ao longo da semana passada foram muitos os registos enviados pelos observadores GelAvista sobre a ocorrência da caravela-portuguesa. Em vários casos verificou-se a ocorrência conjunta da espécie velella velella, que não representa perigo para a saúde humana e que é muitas vezes confundida com a caravela-portuguesa”, explica.
O IPMA apela para qualquer informação sobre avistamento desta ou de outras espécies, de modo a que seja possível “compreender a dinâmica dos organismos gelatinosos” e prevenir situações desagradáveis.
No caso de haver contacto com a caravela-portuguesa
Não esfregar ou coçar a zona atingida para não espalhar o veneno, não usar água doce, álcool ou amónia, não colocar ligaduras, lavar com cuidado com soro fisiológico, retirar com cuidado os tentáculos (caso tenham ficados agarrados à pele) utilizando luvas, uma pinça de plástico e soro fisiológico, aplicar uma camada fina de pomada própria para queimaduras, quando em contacto com as águas vivas, consultar assistência médica o mais rapidamente possível.
Os sintomas da picada da caravela-portuguesa são dor forte e sensação de queimadura (calor/ardor) no local e ainda irritação, vermelhidão, inchaço e comichão. Algumas pessoas, especialmente sensíveis às picadas e venenos das caravelas portuguesas, podem ter reações alérgicas graves, como falta de ar, palpitações, cãibras, náuseas, vómitos, febre, desmaios, convulsões, arritmias cardíacas e problemas respiratórios. Nestes casos devem ser encaminhadas de imediato para o serviço de urgência.
A caravela-portuguesa tem o nome científico de Physalia physalis e vive na superfície do mar graças ao seu flutuador cilíndrico, azul-arroxeado, cheio de gás. Os seus tentáculos podem atingir 30 metros e o seu veneno é muito perigoso.
As águas-vivas, também conhecidas como medusas ou alforrecas, são espécies gelatinosas que vivem no mar, na coluna de água ou à superfície, e podem ter diferentes tamanhos, formas e cores. Estas espécies têm tentáculos que podem libertar um líquido, potencialmente urticante e perigoso. Este veneno serve para paralisar pequenos seres, dos quais se alimentam, ou como mecanismo de defesa.
O contacto com uma água-viva pode produzir irritação na pele e até queimaduras ou outras reações graves e prejudiciais.