ARTIGO DE OPINIÃO
Vítor Oliveira
De Guimarães para o País.
Guimarães concorreu, pela segunda vez, ao título de Capital Verde Europeia e, pela segunda vez, acabou por não ser bem sucedida. Não importa nutrir a seiva da crítica, apontar dedos ou baixar a guarda. É fundamental, sim, projetar o futuro, avaliar o que falhou, reter o essencial e realçar o lado positivo da candidatura.
E melhorar.
Guimarães assinou recentemente um Pacto Climático com empresários, instituições, coletividades, na defesa do Ambiente. Assinou, apenas! Mas uma candidatura a Capital Verde Europeia mede resultados. E o que a Comissão Europeia gostaria certamente de conhecer era os proveitos ambientais que resultaram da assinatura desse pacto que ocorreu… há dias, no verão deste ano!
Ninguém quererá acreditar, de todo, que a assinatura do Pacto Climático tenha sido apenas um pretexto para adicionar (mais) umas linhas ou reforçar o volume do dossiê de candidatura.
É, por isso, determinante reavaliar, voltar a medir, rever. Sem pressas, sobretudo, sem pressas. Guimarães esperou alguns anos e, ainda assim, não logrou evidenciar com êxito o resultado das ações tomadas.
Um outro exemplo. Recentemente, Guimarães alterou a concessão, o formato e o operador dos transportes públicos urbanos. Que medidas reais foram tomadas para incentivar os vimaranenses a preferirem (e a usarem) efetivamente o transporte público? Que campanhas foram realizadas? O operador foi contactado para colaborar nesta missão?
Esta maratona ambiental exige respostas (exigentes) a estas questões, mas também noutros diferentes indicadores. Não é fundamental sufragar, já, nova candidatura! As cidades que não são capital de um país ganham através de projetos diferenciadores, que se distingam dos demais.
Vencem, com factos concretos, ao demonstrarem uma evolução efetiva de paradigma, com aplicação de políticas para as pessoas e com resultados visíveis (e comparativos) entre uma candidatura e outra. E um ano não será, de todo, suficiente para se aperfeiçoar o que está menos bem no concelho. Ambientalmente falando…
É como uma árvore. A candidatura precisará do seu tempo para se tornar robusta.
A comunidade vimaranense está de parabéns, as associações também, as freguesias igualmente, o Município e os seus técnicos idem aspas. Guimarães (já) ganhou pelo que fez. O resultado de hoje mostra que se pode fazer (ainda) mais…