A ‘rapper’ Capicua deixou críticas à experiência que teve, na sexta-feira, durante um concerto no Altice Forum Braga. A artista assistiu ao concerto da espanhola Rosalía, que teve lotação esgotada na sala de Braga, com mais de 20 mil espetadores.
No seu artigo de opinião no Jornal de Notícias, publicado esta terça-feira, Capicua diz que a sala, “mais adequada para eventos desportivos, prejudicou muitíssimo a experiência”.
“Antes de mais, porque a visibilidade para o palco (e mesmo para os ecrãs) era fraquíssima. Só sendo benévola para quem ficou mesmo à frente ou nas bancadas. Os restantes milhares pagaram um bilhete bem caro para não ver”, referiu a artista. Os bilhetes custavam entre 40 e 60 euros.
Se a visibilidade para o palco foi má, o som “conseguiu ser pior”. “Não só pelo eco fortíssimo de que este tipo de pavilhões padece, mas também porque o sistema de som não era suficiente para o espaço e o volume estava demasiado baixo. Ouviam-se mais as conversas em redor do que a música e era muito difícil manter uma conexão com o que se passava no palco no meio daquele vozerio caótico”, descreveu a ‘rapper’.
E acrescentou: “Se pensarmos que este era um espetáculo em que a cenografia, os ecrãs, as coreografias e os figurinos eram de grande importância, não conseguir ver já diz muito sobre a experiência”.
Capicua lamenta que estejam a transformar os “concertos cada vez mais em espetáculos multimédia, muito visuais e coreografados, seja cada vez mais comum esquecer o fundamental: o som”.
No mesmo artigo, Capicua recorda que Rosalía, que atuou na sexta-feira em Braga, recordou, em palco, a sua estreia na cidade, em 2017. “Lembrou a primeira vez que esteve em Braga, para um concerto no Theatro Circo, com o seu primeiro disco e agradeceu pelo acolhimento de então”, escreveu a artista no JN.