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Capelão da cadeia de Braga apela: “Escreva uma carta de Natal a um preso”
Natal
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O padre João Torres, coordenador da Pastoral Penitenciária de Braga, deixou hoje o apelo à população para que “rompam o isolamento” e escrevam “uma carta de Natal a um preso”.
Em comunicado, o pároco responsável por lidar com os reclusos das cadeias de Braga e de Guimarães, dá a conhecer a iniciativa “O Correio da Esperança”, “que visa aproximar as pessoas da sociedade civil ás pessoas privadas de liberdade que se encontram nos Estabelecimentos Prisionais de Braga e Guimarães”.
“Este projeto é dirigido a todas as pessoas que acreditam que um recluso é uma vida. O crime, um acontecimento nela. Que a marca. Que, muitas vezes é consequência dela. Mas que não a apaga. É ela, a vida inteira já vivida, que deve tornar-se em lugar de encontro”, explica João Torres, também responsável pela organização do maior presépio vivo da Europa (Priscos).
Toda a articulação deste trabalho é da responsabilidade da Pastoral Social e Mobilidade Humana da Arquidiocese de Braga, que mantém o anonimato quer de quem escreve quer de quem lê.
“Pois na carta ou no postal não poderá existir nenhuma informação pessoal (morada, nome completo, dados pessoais /familiares) que possa identificar a pessoa. Deve apenas ter o primeiro e/ou segundo nome da pessoa”, explica João Torres.
Toda a correspondência deste projeto deve ser enviada até ao dia 18 de dezembro, deste ano, e para participar basta enviar uma carta ou postal para: Correio da Esperança, Casa do Abade de Priscos, Largo Pe. Artur Lopes dos Santos, 4705-562 Priscos, Braga
Segundo o sacerdote, este projeto existe há 6 anos nos Estabelecimentos Prisionais de Braga e Guimarães com a designação “Correio da Esperança”.
“Nós últimos anos têm participado muitas pessoas, nomeadamente grupos de jovens, catequistas, catequizandos do 9.º e 10.º ano e alunos de escolas secundárias. Por altura do Natal são distribuídas mais de 200 cartas ou postais aos reclusos na noite de consoada. Até hoje já foram entregues mais de 1200 cartas aos reclusos. É um momento de partilha também para eles, pois muitos lêem as cartas ou postais uns dos outros. Há também alguns reclusos que respondem as palavras que lhes foram dirigidas”, esclarece.
João Torres defende que escrever aos reclusos “é um importante ato de solidariedade e assume um valor terapêutico autêntico, pois ajuda a quebrar o isolamento que existe na prisão”.
“Ajuda a saltar para lá dos corredores longos e quadrados, do barulho das chaves e do som das portas de ferro que se abrem e fecham inúmeras vezes ao dia”, acrescenta.
“Para um recluso receber uma carta representa um pedaço de liberdade que contribui para fazer da prisão um lugar onde se pode permanecer humano. Pois, por detrás de todo aquele barulho metálico e gritos confusos, naquelas celas, também há rostos, histórias, pessoas”, alerta João Torres.
O padre finaliza indicando que “a verdadeira mudança do sistema prisional só pode ocorrer com a consciencialização das pessoas, dentro e fora da prisão, por meio da sensibilização para o drama da reclusão”.
“Tornar mais humano aquele espaço recalcado e opressor não é simplesmente uma tarefa de almas belas e amáveis, mas um compromisso necessário que deveria envolver toda a sociedade, de um modo especial as comunidades cristãs”, vinca.
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