A candidatura luso-galaica ao Registo de Boas Práticas com o Património Cultural Imaterial recebeu um relatório favorável, “passo” considerado “essencial” para a sua inscrição na lista da UNESCO, foi hoje divulgado.
Em comunicado enviado às redações, a Associação Cultural e Pedagógica Ponte…nas Ondas! explicou que, com o “relatório de registo favorável”, a candidatura estará em cima da mesa na reunião do 17.º Comité Intergovernamental para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, a realizar em Rabat, em Marrocos, no final deste mês, sendo “inscrita no Registo de Boas Práticas da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO)”.
“O comité de avaliação parabeniza os Estados membros por um arquivo bem elaborado que destaca a participação das comunidades na salvaguarda do património cultural imaterial partilhado. Os examinadores apontam que o Ponte…nas Ondas!(PNO!) pode servir como modelo internacional aplicável em outras áreas geográficas”, destaca a associação que formalizou a candidatura, em março de 2021.
A candidatura multinacional apresentada por Portugal e Espanha, com o apoio da Junta da Galiza, é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido pela Associação Cultural e Pedagógica Ponte…nas Ondas! desde há 25 anos pelo seu compromisso com o património comum à Galiza e a Portugal.
Segundo a associação, o relatório sublinha ainda “a abordagem do projeto estimula o diálogo e o intercâmbio entre as comunidades e promove a paz e a cooperação entre sociedades de diferentes países”, mencionam os examinadores da UNESCO que avaliaram a candidatura do Ponte…nas Ondas! ao Registo de boas práticas da instituição”.
“Destacam o sucesso da PNO! na tarefa de envolver os jovens na prática e transmissão das suas próprias tradições graças à divulgação do património cultural nas escolas, na formação de professores e no desejo de conseguir a presença de portadores e praticantes nas aulas para partilhar os seus conhecimentos e experiências”.
No documento, “publicado esta semana e que representa o último passo antes da entrada no registo da UNESCO, os especialistas destacam a metodologia participativa da iniciativa e acrescentam que como experiência transfronteiriça, a PNO! pode ser reproduzida para fortalecer o diálogo entre gerações e a transmissão do património cultural imaterial através das fronteiras”.
Os “avaliadores” realçam ainda “a diversidade de ações, atividades e esforços realizados pela PNO! ao longo de sua história e pelo grande número de pessoas envolvidas, desde alunos e professores até às suas famílias e grupos, especialistas e portadores da cultura imaterial que participaram nos eventos promovidos pela associação sociopedagógica e cultural”.
Ressalvam também “a importância do uso das tecnologias de informação e comunicação e, principalmente, dos recursos radiofónicos para transmitir, promover e valorizar” o património cultural imaterial partilhado”.
O documento salienta ainda “a capacidade do projeto de aumentar a conscientização sobre a importância do património cultural imaterial e afirma que “envolve esforços educacionais que promovam o desenvolvimento social inclusivo, a compreensão intercultural e a igualdade de género, refletindo os princípios e objetivos estabelecidos a esse respeito pela própria UNESCO”.