A Câmara de Terras de Bouro enviou todo o processo de candidatura da Geira/Via Romana a Património da Humanidade para a Comissão Nacional da UNESCO, esperando a atualização da Lista Indicativa Portuguesa e, consequentemente, a integração da também conhecida como “Via XVII” ou “Via Nova” na referida lista.
A Geira foi construída na segunda metade do século I d.C., no contexto da romanização do Noroeste Peninsular, de forma a reforçar a malha viária na região, complementando a via já existente que ligava Bracara a Astorga.
Os romanos sentiram a necessidade de uma outra via, com trajeto mais curto e que passasse pelo lado nordeste da Península, onde florescia a atividade mineira. No concelho de Terras de Bouro a via não sofreu grandes alterações, o traçado continua bem definido, há miliários bem preservados ao longo de toda a via e vestígios de pontes, pedreiras, calçadas, entre outros.
De acordo com nota da autarquia, a candidatura da Geira a Património da Humanidade “pretende classificar, promover e valorizar a Via Romana, pois apresenta-se como um recurso cultural de inestimável valor, devido à sua extensão no concelho e atendendo ao título e reconhecimento como Património Nacional (Decreto nº5/2013, de 06-05-2013)”.
“A Câmara de Terras de Bouro tem procurado valorizar a Via Romana ao construir várias infraestruturas de apoio e de interpretação ao legado romano deixado no território”, pode ler-se, acrescentando a autarquia que a Geira “apresenta-se como um produto de cariz cultural e ambiental que para além de Património Nacional, atravessa a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês Xurés (Mata da Albergaria) e o Parque Nacional da Peneda-Gerês, único em Portugal”.
Ainda segundo o município liderado por Manuel Tibo (PSD), esta nova classificação “permitirá valorizar ainda mais e promover a Geira – Via Romana, transformando-a, ainda mais, num ponto de referência internacional relativo a existência de património arquitetónico ainda bem preservado”.