Candidato dos liberais por freguesia de Braga ‘arrasa’ futura líder do partido

José Baptista criticou Mariana Leitão
Candidato dos liberais por freguesia de braga 'arrasa' futura líder do partido

José Carlos Baptista, membro da Iniciativa Liberal de Braga e candidato do partido à Junta de Gualtar, em Braga, teceu duras críticas à futura líder do partido, Mariana Leitão, a quem comparou a uma das personagens de um romance do escritor Camilo Castelo Branco.

Baptista chegou ao púlpito da X Convenção Nacional da Iniciativa Liberal, que decorre este fim de semana, com um exemplar de “A queda de um anjo”, um romance do escritor de Famalicão sobre o processo de desencanto e acomodação de um político de província feito deputado nacional.

José Carlos Baptista definiu a IL como “um partido diferente” por ter “tantos e tão bons quadros” que não precisa de candidatar sempre os mesmos.

“Alguém se esqueceu foi de disso avisar” a candidata a presidente do partido, Mariana Leitão, a quem criticou pela candidatura a vários cargos.

“A deputada líder parlamentar que se fez candidata à Presidência da República e depois recandidata a deputada, e novamente candidata a líder parlamentar e, finalmente, candidata à Presidente do Partido”, criticou, afirmando que Mariana Leitão “há de arranjar um cargo tão bom que não se candidatará a mais nenhum”. 

Manhã de críticas à direção

A primeira parte da X Convenção Nacional da IL, antes da interrupção para almoço, ficou marcada por críticas à direção do partido, com acusações de aproximação ao PSD e pedidos para votar em branco na eleição para a liderança.

Durante as cerca de três horas entre o arranque dos trabalhos e a pausa para almoço, por volta das 13:30, algumas dezenas de militantes subiram ao palco do pavilhão onde está a decorrer a Convenção Nacional da IL, em Alcobaça, com críticas à direção do partido.

Margarida Pouseiro, que admitiu candidatar-se à liderança do partido, convidou todos os militantes presentes na Convenção a votarem em branco na eleição de Mariana Leitão, “para que a legitimidade da única candidata saia ainda mais fragilizada”.

A militante fez duras críticas à direção e ao atual rumo da IL, afirmando que defende a meritocracia e a igualdade de oportunidades, mas, internamente, promove “sucessões dinásticas e assaltos internos ao poder para que ninguém possa entrar”.

“Internamente, somos muito parecidos aos outros partidos. Ambicionamos ser Governo da República, mas somos os primeiros a atropelar estatutos e leis”, acusou.

O membro Bruno Sanches defendeu que Mariana Leitão terá oportunidade de “consolidar uma nova etapa” no partido onde a “meritocracia é essencial”, mas que “não pode continuar a mudar de liderança no meio do mandato”.

Para este congresssista, o “mérito, ambição e exigência” são importantes, mas “ um líder precisa de tempo”, porque “a confiança constrói-se e não se herda”. 

Um partido que quer governar, rematou “ tem de mostrar estabilidade, visão e continuidade estratégica”.

Numa intervenção à distância, João Robalo lamentou a “decisão do partido de ir coligado com alguns dinossauros políticos do PSD, dos mais antigos aos mais recentes, em algumas das principais autarquias do país”.

“O partido pode ganhar cargos com isto, mas perde oportunidades para marcar a diferença das suas ideias”, sublinhou, antes de prosseguir uma intervenção sobre educação. 

Também houve manifestações de apoio, com Paulo Trezentos a adaptar o lema de apoio ao primeiro-ministro Vasco Gonçalves, durante Processo Revolucionário em Curso (PREC), “força, força camarada Vasco, nós seremos a muralha de aço”.

“Força, força, Mariana, a IL não abana”, declarou Paulo Trezentos.

 
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