A segunda volta das eleições no Grande Oriente Lusitano (GOL) realizaram-se no passado sábado. O vencedor foi o economista Fernando Cabecinha, com 775 votos. O advogado Carlos Vasconcelos, de Guimarães, só atraiu o voto de 515 membros.
O resultado oficioso terá ainda que ser aprovado pelo Tribunal Maçonico.
O candidato, agora eleito, é militante do PSD e no seio da maçonaria é visto como um homem de ideias novas. Cabecinha trabalhou com o grão-mestre cessante na empresa Galilei (antiga Sociedade Lusa de Negócios, que detinha a 100% o BPN), mas afastou-se de Fernando Lima há tempo suficiente para agora ser visto como o homem que põe fim a uma era na maçonaria.
Fernando Cabecinha defendeu a necessidade de “aprimorar a qualidade da seleção dos candidatos”. Esta questão coloca-se depois de o crédito da obediência se ver ameaçado por casos em que alguns dos seus membros se viram envolvidos (Miguel Relvas, Isaltino Morais, Jorge Silva Carvalho, o espião que liderava o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa).
O candidato derrotado, Carlos Vasconcelos, outro militante do PSD, era até agora o grão-mestre adjunto. O advogado vimaranense é encarado como muito próximo de Fernando Lima, o grão-mestre cessante que estava no cargo desde 2011, o mais longo mandato de um grão-mestre do GOL.
O GOL é a mais antiga obediência maçónica portuguesa, fundada em 1802, embora, atualmente já não seja a mais numerosa. Nas eleições do passado sábado podiam votar 2017 mestres, a adesão ao escrutínio foi de 65%.