A candidata à presidência do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) Ana Cristina Gouveia acusa o atual presidente de “inércia” e “falta de transparência” e promete um sindicato mais “interventivo” na defesa dos associados.
Na apresentação da lista que lidera às eleições para os quadros sociais daquele sindicato, marcadas para dia 18 de dezembro, Ana Cristina Gouveia apontou a “reposição de regalias e comparticipações” perdidas nos últimos anos como meta apresentando um programa assente em 5 pilares: “sócios, eficiência, inovação, controlo e transparência”.
A candidata à sucessão de Afonso Diz, atual presidente, comentou ainda o anúncio do possível despedimento de 1000 funcionários do Novo Banco afirmando estar “muito assustada” e que gostaria que o SNQTB tivesse um papel “mediador” no processo.
“Há quatro anos e hoje o sindicato não evoluiu em nada. Nós precisamos de mais dinâmica, precisamos de ser mais fortes e rigorosos, mais interventivos. A inércia da atual direção é evidente e há ainda falta de transparência nesta gestão”, acusou.
Como exemplo de “falta de transparência”, a candidata apontou a alteração das comparticipações através do serviço de assistência médico-social dos quadros e técnicos bancários (SAMS).
“Houve alterações nas compartições em que isso fosse comunicado a ninguém. Os sócios só se vão aperceber quando precisarem do serviço e derem conta que aquilo que era comparticipado a 100% passou a ser só a 80% sem que nada lhes fosse informado”, referiu.
Para Ana Gouveia, “a atual direção está cristalizada no tempo e ainda não percebeu as mudanças que o setor da banca atravessa”.
Segundo aquela candidata “o setor da banca está a atravessar uma fase de despedimentos e o sindicato tem que ser mais interventivo, mais dinâmico, não pode estar parado como está”.
Confrontada com a hipótese do Novo Banco despedir cerca de 1000 funcionário, Ana Gouveia declarou estar “muito assustada” com essa realidade.
“Estamos num processo de despedimentos no BBVA e surge esta notícia, que já era esperada. Estou preocupada com a forma como vão ser feitos estes despedimentos. Se negociados, se coletivos, a forma dolorosa de fazer as coisas”, disse,
“Eu gostaria de ter um sindicato capaz de negociar a primeira forma, com acordos de indeminizações, possibilidade do banco contratar uma empresa que trate de recolocar as pessoas no mercado de trabalho, restrutura currículos, que o sindicato estivesse disponível para por um período, no mínimo de dois anos, continuar a manter as pessoas nos seus quadros, para que as pessoas não fiquem sem o seu emprego e sem apoio na saúde”, apontou.
Há três candidatos à presidência do SNQTB, desde 2003 que as eleições eram decididas por lista única.
O SNQTB tem 17 mil associados.