“Em poucos anos, foram abatidos mais de 75 mil mamíferos por pura diversão”. É desta forma que inicia um abaixo-assinado, promovido pela Asociacion Animalista Libera, contra o apoio da Xunta de Galicia (Junta da Galiza) aos campeonatos de caça à raposa. Pelas 15:00 horas deste domingo, contava já com 53.470 assinaturas, fruto de um novo fôlego lançado através das redes sociais após nova competição desta modalidade.
Contra a caça, contra a contaminação das águas e dos solos pelo chumbo das munições utilizadas por caçadores, o grupo de galegos pretende “acabar” com esta “prática violenta” que, afirmam, resulta também em abandono de cães no monte.
Para isso querem a total “proibição destas pseudocompetições e a elaboração de um censo autónomo de conservação para a raposa, um “animal icónico da Galiza que tem sido submetido a “todo o género de barbaridades e tortura ao longo dos anos”.
Os Campeonatos de “Caza de Zorro [raposa]” decorrem há vários anos, sob organização da Federación Gallega de Caza, sempre com o apoio da autarquia local.
Em fevereiro de 2019, a autarquia respondeu aos animalistas, afirmando que estes campeonatos “não podem ser proibidos de forma unilateral”. Em declarações ao jornal La Vanguardia, Belén do Campo, diretora geral do Património Natural da Xunta de Galicia, explica que os campeonatos são feitos “no estrito cumprimento da legislação em vigor”, tanto a nível autónomo como estatal.
Do Campo avança que, entre 2011 e 2017, foram abatidas 991 raposas durante os campeonatos, um número bastante inferior ao de 75.779 raposas que foram dadas como mortas durante o mesmo período, naquela comunidade autónoma.
Patricia Vilán, deputada do PS da Galiza, apontou, então, que estes campeonatos mais parecem “festas lúdicas” do que “controle cinegético”, o propósito que a federação de caça alega para a realização destas ‘batidas’. Aponta também a falta de estudos sobre este animal, de forma a perceber se realmente existem espécies em demasia na região galega.