O mês de agosto no centro histórico de Caminha fica marcado, quase todos os fins de semana, por episódios de agressões, vandalismo e ataque ao pudor, ao longo dos últimos anos, como deu conta O MINHO, numa reportagem publicada a 30 de agosto de 2019.
Botelhão, sexo e vandalismo: As loucas noites que escandalizam Caminha
Face ao número crescendo de casos, a autarquia acabou por solicitar (e pagar) um reforço policial à Guarda Nacional Republicana (GNR) durante o último fim de semana de agosto de 2019, evitando assim novos casos de agressões.
Na ocasião, a autarquia emitiu um comunicado a explicar os motivos do reforço: “O vandalismo denunciado põe em causa a ordem pública e a segurança de pessoas e bens, e estará relacionado com o acréscimo inusual de pessoas no concelho de Caminha nestes últimos 15 dias [de agosto] e com a exponenciação do consumo de bebidas alcoólicas no exterior dos estabelecimentos noturnos”.
Para 2020, o reforço poderá ser durante todo o mês, anunciou hoje o autarca Miguel Alves
Em exclusivo a O MINHO, o presidente da Câmara de Caminha dá conta de uma experiência realizada durante a passagem de ano, com reforço policial, “para que tudo corresse pelo melhor”. Explica ainda que o mesmo será efetuado durante o período de Carnaval, adiantando que, para agosto, será proposta uma colaboração com os comerciantes de espaços noturnos, maioritariamente situados na Rua Direita.
“A nossa ideia é fazer um encontro com os comerciantes da zona noturna de modo a podermos chegar a um consenso”, diz, apontando, no entanto, uma contradição entre casos denunciados e queixas apresentadas na polícia.
Miguel Alves reuniu com a GNR e esta aponta os “baixos números de criminalidade” registados no posto de Caminha: “A GNR comunica aos superiores a preocupação da autarquia relativamente ao aumento do número de problemas na noite, mas essa preocupação não coincide com o número de queixas formais apresentadas”, refere.
“Daí, temos apelado aos cidadãos e aos comerciantes para apresentarem queixa sempre que haja danos ou surja algum problema”. Recorde-se que alguns dos moradores da Rua Direita denunciaram à reportagem de O MINHO a quebra de janelas e portas por “adolescentes embriagados”, para além de “urinarem e fazerem sexo” na via pública.
“Vamos sensibilizar o poder policial para esta mais atento e sensibilizar os privados para fazermos da noite de Caminha uma coisa boa”, disse. Segundo o autarca, nesse encontro com os comerciantes da Rua Direita, será proposta uma parceria nos custos a ter com o reforço de segurança, uma vez que o mesmo não pode ser suportado pela própria guarda.
“Desde 2013, tivemos o dobro dos hóspedes no conjunto de hotéis do concelho, logo não vamos estar só à espera da normal ação da polícia, mas sim sensibilizar os comerciantes para que a Câmara não fique sozinha com este trabalho de policiamento noturno”, acrescenta.
Alguns comerciantes já asseguraram disponibilidade para comparticipar este financiamento, mas Miguel Alves ressalva que “não podem ser dois ou três a pagarem e outros a usufruírem”.
Ainda sem data definida, a reunião deverá ocorrer “quando passar o período invernal”, finalizou o edil.